Recentemente, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e o Ministério Público do Ceará (MPCE) uniram forças para desmantelar uma operação sofisticada do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, com foco na localização de foragidos da Justiça cearense. Em uma ação contundente na Rocinha, três luxuosos imóveis, pertencentes a altos integrantes do CV, foram identificados e demolidos, marcando um passo significativo na luta contra o crime organizado.
Essas mansões, ligadas a figuras notórias como José Mário Pires Magalhães, conhecido como Zé Mário ou ZM, e Anastácio Paiva Pereira, apelidado de Doze, revelaram um lado obscuro da criminalidade no estado. Armadilhas engenhosas, como paredes falsas e túneis que levavam à mata, foram descobertas, mostrando a audácia dessas operações clandestinas. O valor estimado dos imóveis demolidos é de impressionantes R$ 6 milhões.
A investigação, que teve início em 2018, foi conduzida pela PCCE em parceria com o MPCE e contou com a colaboração da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMRJ). O promotor de Justiça Adriano Saraiva, coordenador do Gaeco, ressaltou a relevância dessas demolições para a segurança pública, eliminando um importante ponto de apoio do tráfico de drogas e da criminalidade na região.
Relatórios de inteligência indicaram a presença de cerca de 70 fuzis nas edificações, evidenciando a gravidade da situação. As construções serviam não apenas como moradia, mas também como bases logísticas e abrigos para criminosos, sempre sob o risco de desabamento por estarem erigidas sobre encostas desmatadas.
O trabalho investigativo revelou ainda as ligações entre crimes ocorridos no Ceará e os foragidos que se ocultavam no Rio de Janeiro. Zé Mário, por exemplo, é considerado um dos responsáveis por diversas mortes no Ceará e figura no rol de mais procurados da Secretaria de Segurança Pública. Já Doze, um líder temido, possui uma extensa ficha criminal, enquanto ‘Camuflado’ é investigado por sua ligação com atividades ilícitas, incluindo tráfico de drogas.
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