A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, abriu o segundo semestre de trabalhos do Poder Judiciário nesta terça-feira, 1, com um discurso sobre a resiliência das instituições. Em seu pronunciamento, a ministra citou sua aposentadoria nos próximos meses e relembrou os atos do “dia da infâmia”, em referência ao 8 de Janeiro, falando em resistência das instituições e em um Supremo “sereno e unido” em defesa do Estado Democrático de Direito. “As instituições democráticas saíram fortalecidas do 8 de Janeiro, o dia da infâmia, do qual não nos esqueceremos jamais, para que não mais se repita e para que sirva de alerta de que a democracia, que restou inabalada, seja cultivada e regada diariamente por diálogo, debate acalorado de ideias e defesa de posições divergentes, mas sempre permeados pelo respeito mútuo”, disse a ministra.
Weber também lembrou rapidamente sua trajetória de 47 anos na magistratura, sendo quase 12 deles como ministra do STF: “Encerrarei em meio a esse semestre um longo caminho que comecei a trilhar no Rio Grande do Sul”, iniciou a magistrada, que se despede da Corte em outubro, quando completará 75 anos. Como o site da Jovem Pan antecipou, com a aposentadoria compulsória de Weber, o atual vice-presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, vai assumir o cargo. Entre juristas, o cenário é visto como uma “panela de pressão”. A mudança deve ocorrer em meio à repercussão da polêmica declaração do ministro sobre ter “derrotado o bolsonarismo” e aos pedidos de impeachment do magistrado, liderados, sobretudo, por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A preocupação é que a chegada de Barroso seja marcada por novos episódios de tensão entre os Poderes.