O aplicativo TaxiMaxim confirmou que Elize Matsunaga está trabalhando como motorista de aplicativo pela plataforma. A empresa divulgou uma nota após a informação de que a mulher passou a atuar como motorista ganhar repercussão nas redes sociais. Elize foi condenada pela morte e esquartejamento do marido, Marcos Matsunaga, em 2012. Ela foi condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, mas, em 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena para 16 anos e 3 meses. A plataforma diz acreditar na ressocialização e que o cumprimento da pena não impediria sua atuação. Matsunaga cumpre a pena em liberdade condicional desde maio do ano passado. “Por acreditarmos na ressocialização do indivíduo, bem como pelo direito ao trabalho ser um direito previsto em nossa Constituição Federal, observamos outros importantes requisitos ao admitir um motorista parceiro na plataforma, como a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com os requisitos necessários e documentação regular do veículo, bem como boa conduta dentro das regras do aplicativo”, disse a empresa.
A Maxim confirmou, ainda, que todos os documentos necessários para a atuação foram aprovados. Além disso, não possui reclamações de passageiros e é bem avaliada pelos usuários – no aplicativo, ela ostenta uma nota de 4.8, em uma escala que vai até 5. Ela está utilizando um outro sobrenome. “Por esses motivos, Elize Araújo Giacomini está cadastrada em nossa plataforma e operando corridas com um veículo e documentos devidamente aprovados pelo nosso setor de suporte. Tendo iniciado a aceitar pedidos neste ano de 2023, não houve qualquer reclamação ou notificação sobre sua conduta no aplicativo, em que é bem avaliada”, argumentou. “Isso acolhe nossa política de reinserção social do apenado, um direito de cada cidadão. Nesse sentido, Elize estar em livramento condicional ou eventual cumprimento de pena em regime aberto não deve ser um impeditivo de que a mesma possa trabalhar”, escreveu a Maxim. Por fim, a empresa ressaltou que ela, assim como os demais condutores, “tem seus direitos e deveres explicitados no ato do cadastro”. Segundo a empresa, todos são acompanhados e auxiliados caso houver necessidade. Todos passam por avaliação e são notificados “quando não cumprem com as diretrizes previamente acertadas”. “Elize Araújo Giacomini nunca foi notificada por conduta indevida, ou teve quaisquer reclamações de qualquer natureza”. completou a empresa.
A informação foi divulgada na página Mulheres Assassinas, ligada ao jornalista e biógrafo Ulisses Campbell. Ele é autor dos livros “Suzane: Assassina e manipuladora”, sobre Suzane von Richtofen, “Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido” e “Flordelis: A pastora do Diabo”. Segundo ele, Elize atualmente reside em Franca, no interior de São Paulo. De acordo com o jornalista, muitos passageiros elogiam a conduta de Elize e apoiam sua ressocialização. Ela era casa com Marcos Kitano Matsunaga, até então diretor-executivo da indústria de alimentos Yoki. Ele foi assassinado dentro do seu apartamento, na zona oeste de São Paulo. Informações das autoridades na época apontam que a mulher teria descoberto uma amante. Durante uma discussão, ela teria atirado no empresário e, em seguida, esquartejado o corpo e o deixado em vários pontos da cidade. Dias depois, ela confessou o crime. Elize foi presa e levada para a Penitenciária Feminina de Tremembé. O site da Jovem Pan procurou a defesa de Elize, mas até a publicação desta reportagem não obteve retorno. O advogado Luciano Santoro, que defendeu a mulher no processo, criticou a postagem do jornalista. “Falamos tanto em ressocialização, em recomeçar a vida sem voltar a praticar crimes, mas como ela será possível se perseguimos e estigmatizamos aqueles que passaram pelo sistema carcerário? E quem nos deu o martelo de juízes do outro?”, questionou. “Sua página está bombando, aproveita para conscientizar as pessoas sobre as finalidades da pena ou ajudar o próximo. Fique em paz”, completou.
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