InícioEditorialPolítica NacionalEstabelecimentos do RS precisam de ajuda com salários, diz Abrasel

Estabelecimentos do RS precisam de ajuda com salários, diz Abrasel

Pesquisa da associação de bares e restaurantes mostra que 1/3 dos bares e restaurantes gaúchos estão fechados por causa das enchentes

O presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci, afirmou que o setor precisa de ajuda do poder público para pagar os salários em junho aos funcionários. Em entrevista à Agência Brasil, nesta 4ª feira (29.mai.2024), cobrou que os recursos prometidos pelo governo federal cheguem à ponta.

“Não adianta dizer que tem R$ 50 bilhões para ajudar o Sul se nada chega na ponta para as empresas. No 1º momento, todos nós, brasileiros, nos unimos para salvar vidas; mas, agora, nós não podemos deixar agravar a crise por falta de pagamento de salários e quebradeira de bares e restaurantes e outros estabelecimentos”, disse Solmucci.

Os R$ 50 bilhões os quais Solmucci se refere foram anunciados pelo governo federal no começo de maio para beneficiar trabalhadores assalariados, beneficiários de programas sociais, Estado e municípios, empresas e produtores rurais.

Pesquisa da Abrasel mostrou que mais de 1/3 dos estabelecimentos gaúchos estão fechados, sem faturamento, em função das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim do mês de abril. Dentre os que estão abertos, 94% indicaram queda no faturamento.

O presidente da associação indicou que, mesmo antes dos eventos climáticos, quase metade dos empreendimentos já trabalhava no prejuízo. “Ou seja, as empresas já vinham com dificuldades, não havia fôlego ou reserva e, sem ajuda, não há como pagar salários”, disse Solmucci.

“PIOR QUE A PANDEMIA” Segundo ele, a situação hoje é pior que durante a pandemia da covid, já que, mesmo fechados, podiam operar com delivery.

“Hoje é impossível lá, porque está tudo destruído, falta luz, energia, estrada, limpeza. E nós temos uma questão muito grave que, no meu entendimento, não está sendo tratada com a devida urgência pelo poder público”, disse.

Solmucci disse que levaram 3 semanas desde o pleito até a edição da MP (medida provisória) 936, que estabelecia o BEM (Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda) durante a pandemia.

O presidente da Abrasel defendeu a adoção de uma nova medida provisória do BEM para que as empresas afetadas possam pagar seus funcionários.

“Hoje, com tudo isso já conhecido, bastava ter editado a medida provisória já há algum tempo para que a gente pudesse pagar salários”, disse.

LINHAS DE FINANCIAMENTO O governo federal anunciou nessa 4ª feira (29.mai) 3 linhas de financiamento que poderão liberar até R$ 15 bilhões para empresas de todos os portes do Rio Grande do Sul. Leia abaixo cada uma:

1ª linha de financiamento: para compra de máquinas, equipamentos e serviços, com juros de 1% ao ano mais o spread bancário (diferença entre taxa de captação do dinheiro pelos bancos e a cobrada dos clientes), com prazo de até 60 meses e 12 meses de carência; 2ª linha: deverá financiar projetos customizados, incluindo obras de construção civil, com a mesma taxa de juros e spread e prazo de pagamento de até 120 meses com carência de 24 meses. O limite por operação desses créditos é de R$ 300 milhões; 3ª linha: será para ajudar no capital de giro emergencial das empresas, com custo base de 4% ao ano para MPME (micro, pequenas e médias empresas) e de 6% ao ano para grandes empresas mais spread bancário. O prazo será de até 60 meses com carência de 12 meses. O limite por operação é de R$ 50 milhões MPME e R$ 400 milhões para empresa de grande porte. A medida provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) amplia o Fundo Social e disponibiliza recursos para abertura de crédito em locais atingidos por calamidades públicas.

LAY-OFF CALAMIDADE O superintendente regional do Trabalho do Rio Grande do Sul, Claudir Nespolo, disse à Agência Brasil que está sendo feito um esforço para apresentar aos empresários os mecanismos existentes para suspensão dos contratos de trabalho sem que seja necessário esperar portarias novas ou novas medidas.

Um desses mecanismos é o lay-off calamidade, que permite suspender os contratos de trabalho e o governo pagar uma espécie de seguro-desemprego por um período. “As empresas estão aderindo. Faz um acordo coletivo de trabalho, homologa no Ministério do Trabalho e está resolvido o problema”, disse.

Ex-presidente da CUT-RS (Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul), Claudir Nespolo afirmou que, por outro lado, criou-se uma expectativa de que poderia haver um auxílio emergencial, “que não está descartado, mas também não está ativo ainda”.

Nespolo defendeu que todos os empreendedores que queiram se proteger e dar uma folga no caixa e, com isso, distribuir melhor o prejuízo do período, não recaindo só sobre o trabalhador, devem buscar o Ministério do Trabalho, no setor de mediação, para as partes conversarem e ajustarem um termo.

“É coisa muito simples. Faz em um dia”, disse.

Esse é, segundo o superintendente regional do Trabalho do RS, um instrumento que pode resolver o problema do curto prazo.

Ele citou o caso da Unisuper, rede de mercados que tem 400 funcionários e sete lojas debaixo d’água, em Canoas. Para não demitir os funcionários, a empresa colocou a força de trabalho em home office por 3 meses.

A empresa garantiu também complementação salarial, estabilidade após o período do retorno ao trabalho.

Com informações da Agência Brasil. 

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Últimas notícias

Vitória da esquerda na França é exemplo para o Brasil, diz Janja

Primeira-dama afirma que o resultado representa “mais uma democracia que resiste com a união...

Cadela policial Izzy encontra 1,5kg de drogas em casa abandonada no DF

PMDF/Divulgação 1 de 1 Foto colorida de cachorro cheirando sofá ...

Bloco esquerdista vence e impede avanço da direita na França

Com 100% das urnas apuradas, NFP conquista 182 cadeiras na Assembleia Nacional, superando a...

Passageiro lembra do pânico ao parar em teto de avião: “Assustador”

Cerca de 30 pessoas ficaram feridas após um avião da Air Europa enfrentar turbulência...

Mais para você