InícioEditorialEsportes'Estou dilacerada', diz mãe de jovem morto após ação policial no Nordeste

‘Estou dilacerada’, diz mãe de jovem morto após ação policial no Nordeste

“Eu estou dilacerada. Porque meu filho morreu inocentemente. Meu filho morreu levantando as mãos mesmo sem ser bandido”, desabafou a mãe de Marcelo Daniel Ferreira Santos, 19 anos, um dos jovens baleados em uma ação policial realizada no Nordeste de Amaralina, em Salvador, na véspera do Natal (24). Marcelo morreu nesta quarta-feira (28).

Meu filho praticava esporte. Eu quero saber, com esses profissionais desse jeito, o que a corregedoria tem a dizer. Eu sou vítima. O Estado me diz o quê? Eu sou cidadã”, disse emocionada dona Ivani, mãe de Marcelo, em depoimento à TV Bahia na manhã de hoje.

O jovem, que perdeu o baço e lesionou o fígado após receber um tiro no abdômen, estava internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral da Bahia, para onde foi socorrido após ser alvejado na frente da família e de vizinhos.

Marcelo estava internado depois de ser baleado em ação da Polícia Militar no Nordeste (Foto: Reprodução)

Segundo testemunhas, os policiais militares chegaram atirando na localidade do Alto do Capim por volta das 20h30. A ação também alvejou Adeilton Santana Pereira, 34 anos. Ele recebeu quatro tiros e está internado no HGE. 

A versão da Polícia Militar diverge da comunidade. Em nota, a corporação informou que estava fazendo uma ação de intensificação de policiamento na localidade de Serra Verde quando indivíduos armados foram flagrados por equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT)/ Rondesp Atlântico, dando início a uma troca de tiros. 

Na manhã de segunda-feira (26), familiares dos dois fizeram um protesto na Segunda Travessa Serra Verde, no Nordeste de Amaralina, desmentindo parte da versão dos policiais: a troca de tiros e a falta de indicação de autoria dos disparos contra os baleados no Alto do Capim. 

Corregedoria da Polícia Militar
O pai de Adeilton, que tem o mesmo nome do filho, contou à TV Bahia que espera que a Corregedoria da PM entre em contato com o secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, para que os policiais sejam melhor treinados para entrar nas comunidades.

“O comando já entra na comunidade em pânico. Eles [policiais militares] estão dando tiro na própria sombra. Qualquer movimento que o pessoal vê, eles já querem atirar. Agora, eles fizeram uma ação covarde, praticamente ficaram em tocaia”, desabafou Adeilton.

“Meu filho levou dois tiros nas pernas e nos braços e está praticamente imobilizado e está incapacitado para exercer a função dele, de pedreiro, que eu ensinei desde a adolescência”, disse.

Segundo testemunhas, os jovens foram baleados por policiais militares que chegaram atirando na localidade do Alto do Capim, no bairro do Nordeste de Amaralina, por volta das 20h30, no sábado (24). Os dois moram no lugar em que tudo aconteceu e estavam juntos, celebrando o Natal. 

Adeilton passou por uma cirurgia para conter a hemorragia provocada pelos ferimentos de bala e recebeu uma contenção de ferro no membro inferior. Ele também foi entubado, mas teve o respirador retirado nesta segunda (26). 

Apesar de acordado, a irmã dele, a assistente administrativa Daiane Santana Pereira, 31 anos, detalha que o rapaz ainda não fala e se alimenta por sonda. Além disso, precisará passar por mais duas cirurgias para recuperar os membros. 

Ainda não é possível determinar se Adeilton terá sequelas, só após os procedimentos. “Eles já chegaram atirando. Tinha mais de 20 pessoas na rua fazendo a confraternização, crianças também. [Meu irmão] é pedreiro”, ressalta Daiane. 

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