Indicado para assumir a presidência do Banco Central (BC) nos próximos quatro anos, o diretor de Política Monetária da instituição, Gabriel Galípolo, pode chegar à sabatina do Senado Federal após o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentar a taxa de juros básica do país, a Selic, na reunião desta semana.
A reunião do Copom, realizada nesta terça-feira (17/9) e quarta-feira (18/9), será a última antes da apreciação do nome do diretor do BC no Senado. A ata, que mostra como as decisões foram tomadas, será divulgada em 24 de setembro.
1 de 3
O diretor de Política Montéria do Banco Central, Gabriel Galípolo
Hugo Barreto/Metrópoles
2 de 3
Gabriel Galípolo
Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 3
Gabriel Galípolo trabalha no Banco Central desde 2023
Hugo Barreto/Metrópoles
Uma eventual alta na taxa de juros pode acabar servindo de munição para a oposição durante a sabatina, marcada para 8 de outubro — dois dias depois da realização do primeiro turno das eleições municipais, em 6 de outubro.
A base governista defende a retomada do corte de juros. Já a oposição pode mirar em uma eventual alta da Selic para descredibilizar o nome do indicado pelo presidente Lula (PT) ao Banco Central.
Caso seja aprovado pelos senadores, Galípolo será o sucessor de Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central. O mandato de Campos Neto chega ao fim em 31 de dezembro de 2024.
Ele foi o primeiro presidente do BC a trabalhar com dois chefes do Executivo diferentes — no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e na atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mercado e economistas projetam elevação dos juros Atualmente a Selic está em 10,50% ao ano, após o Banco Central decidir manter, pela segunda vez seguida, o número na última reunião do comitê, realizada em 31 de julho.
A expectativa de crescimento na taxa de juros foi confirmada na última segunda-feira (9/9), quando mais de 100 analistas do mercado financeiro indicaram uma projeção de aumento considerável na Selic até o fim de 2024: de 11,25% ao ano.
O mercado financeiro, por meio do Relatório Focus publicado nessa segunda-feira (16/9), seguiu apostando em uma elevação de 0,75 ponto percentual na taxa de juros, subindo dos atuais 10,50% para 11,25% ao ano.
As estimativas de outros economistas ouvidos pelo Metrópoles para o crescimento da Selic nesta reunião do comitê variam entre 0,25 ponto percentual a 0,50 ponto percentual, com a taxa de juros ficando, respectivamente, em 10,75% ao ano ou 11% ao ano.
Para o economista André Colares, a estabilidade da Selic nesta edição do Focus sugere que o BC ainda considera necessário manter uma “política monetária restritiva, especialmente diante de um câmbio em alta”.
Segundo o economista Volnei Eyng, uma elevação considerável de 0,50 ponto percentual não deve surpreender, dado a força que o Focus vem mostrando nesses sucessivos aumentos dos indicadores, como o do Produto Interno Bruto (PIB).
“O impacto pode ser uma desaceleração do crescimento econômico no curto prazo, devido ao crédito mais caro, mas com o objetivo de conter a inflação”, explica.
Eyng lembra que o efeito real do aumento da Selic demora cerca de seis meses para aparecer na economia.
Calendário do Copom para 2024 Setembro
Reunião do Copom: 17 de setembro Reunião do Copom: 18 de setembro Divulgação da ata do Copom: 24 de setembro Novembro
Reunião do Copom: 5 de novembro Reunião do Copom: 6 de novembro Divulgação da ata do Copom: 12 de novembro Dezembro
Reunião do Copom: 10 de dezembro Reunião do Copom: 11 de dezembro Divulgação da ata do Copom: 17 de dezembro