O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou, neste domingo (22/9), que o contexto fiscal e as queimadas que atingem o Brasil sejam responsáveis por afastar investimentos estrangeiros.
“Acredito que não [afasta investimentos]. Só [afasta] o capital especulativo, mas o capital que vai investir 15, 20, 30 anos no Brasil não é afetado por esse tipo de ocorrência. Nós temos que cuidar. Independentemente de qualquer coisa, tem que cuidar”, declarou o ministro a jornalistas em frente ao hotel que está hospedado em Nova York.
Segundo Haddad, o investidor estrangeiro olha para o Brasil “a médio e longo prazo”. “O que importa para ele é saber como estão as condições de médio e longo prazo no Brasil. Por isso que os investimentos estão subindo, apesar desse episódio [aumento dos juros]”, declarou.
Atualmente a taxa de juros básica do país, a Selic, está em 10,75% ao ano, após Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidir, por unanimidade, elevar os juros. Enquanto a inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 4,24%.
Além do chefe da Fazenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros estão em Nova York, nos Estados Unidos (EUA), para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Mais cedo, o presidente discursou na Cúpula do Futuro.
Durante a viagem oficial, Haddad terá reuniões bilaterais com autoridades e empresários para tentar angariar investimentos estrangeiros, sobretudo em transformação ecológica.
Haddad: governo irá apoiar estados afetados pelo fogo O ministro também defendeu que o governo federal dará o mesmo apoio feito no Rio Grande do Sul — que sofreu com enchentes — para os governadores dos estados afetados pelos incêndios.
“Nós temos que trabalhar em parceria com governadores e prefeitos. Não há outra forma de superar esse tipo de coisa”, frisou Haddad.