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Ibaneis presta depoimento no TSE em ação que multou Bolsonaro por 7 de Setembro

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prestou depoimento, como testemunha, na manhã desta segunda-feira (21/8), nas ações que apuram os gastos nas comemorações do Bicentenário da Independência do último feriado de 7 de Setembro, durante gestão de Jair Bolsonaro e seu então vice, Walter Braga Netto.

A oitiva começou às 9h30 desta segunda, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e terminou cerca de 1 hora depois.

Ibaneis prestou esclarecimentos acompanhado pelo advogado Cléber Lopes e o consultor jurídico do Governo do DF (GDF), Márcio Wanderley. O chefe do Palácio do Buriti deixou as dependências do prédio sem falar com a imprensa. Ao Metrópoles, ele classificou o depoimento como”tranquilo”.

Bolsonaro e Braga Neto são investigados em processos do TSE por abuso de poder político e uso indevido de comunicação. Eles ainda precisam comprovar gastos feitos em Brasília e no Rio de Janeiro para os eventos.

Assim, o TSE convocou testemunhas que podem ajudar a explicar de onde vieram os recursos que bancaram os eventos.

Nos dias seguintes, serão ouvidos o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); o senador Ciro Nogueira (PP), ministro-chefe da Casa Civil à época e hoje senador; e o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

Veja calendário de audiências das principais testemunhas:

Segunda-feira (21/8): Ibaneis Rocha (governador do DF) Terça-feira (22/8): Cláudio Castro (governador do RJ) Quarta (24/8): Ciro Nogueira (ex-ministro da Casa Civil de Bolslonaro, atualmente é senador) 28/8: Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa de Bolsonaro) 30/8: Daniel Silveira (ex-deputado, preso desde 2 de fevereiro) TSE multa Bolsonaro em R$ 55 mil e manda comprovar gastos com Bicentenário

Ação Ainda nas ações que tratam das comemorações do 7 de Setembro, o corregedor-geral do TSE, ministro Benedito Gonçalves, aplicou multa individual de R$ 55 mil a Bolsonaro e Braga Netto por litigância de má-fé, ao manterem no ar publicidade da festividade, considerada irregular.

Ao aplicar as multas, que somam R$ 110 mil, o tribunal considerou que ambos descumpriram decisão para excluir das redes sociais propaganda eleitoral contendo material com imagens do então presidente da República e candidato à reelição, tiradas em eventos do Bicentenário da Independência. A defesa deles recorreu, mas o TSE indeferiu recurso e manteve a multa.

Valores Os gastos do governo federal na celebração do Bicentenário da Independência, realizado em  7 de Setembro de 2022, em Brasília, superaram as despesas somadas das quatro festas anteriores – de 2016 a 2019. Em 2020 e 2021, não houve desfile em razão da pandemia de coronavírus.

No total, foram empenhados pelo menos R$ 4,059 milhões para o desfile do ano passado. A informação foi repassada pelo Ministério das Comunicações ao Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

De 2016 a 2019, contudo, as quatro celebrações do 7 de Setembro tiveram, juntas, custo total de R$ 3,675 milhões.

Relembre como foi o 7 de Setembro de 2022 em Brasília:

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Multidão acompanhou discurso de Jair Bolsonaro na Esplanada Igo Estrela/Metrópoles

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Bolsonaro faz discurso de campanha nas comemorações do Bicentenário da Independência Matheus Veloso/Metrópoles

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Multidão acompanhou discurso de Jair Bolsonaro na Esplanada Igo Estrela/Metrópoles

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Multidão acompanhou discurso de Jair Bolsonaro na Esplanada Reprodução/ Redes sociais

presidente jair bolsonaro durante discurso no 7 de setembro de 2022 5

Multidão acompanhou discurso de Jair Bolsonaro na Esplanada Igo Estrela/Metrópoles

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Multidão acompanhou discurso de Jair Bolsonaro na Esplanada Igo Estrela/Metrópoles

Foto-Público-ouve-enquanto-bolsonaro-fala-7-de-setembro (2)

Espectadores se juntaram para ouvir declarações de Jair Bolsonaro Matheus Veloso/Metrópoles

presidente jair bolsonaro durante discurso no 7 de setembro de 2022 7

Apoiadores pararam para ouvir Bolsonaro, na manhã desta quarta-feira (7/9) Igo Estrela/Metrópoles

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Apoiadores pararam para ouvir Bolsonaro, na manhã desta quarta-feira (7/9) Matheus Veloso/Metrópoles

Propaganda Uma semana após o Bicentenário da Independência, o TSE proibiu Bolsonaro e o vice dele, general Braga Netto, de veicularem propaganda política com imagens da festa. Também foi fixada multa diária de R$ 10 mil, à época.

As ações foram apresentadas pela então presidenciável Soraya Thronicke (União) e pela campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os processos, que correm até hoje, apuram se houve abuso de poder político, abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação durante os eventos realizados em Brasília e no Rio de Janeiro para celebrar o bicentenário da Independência do Brasil.

Em 2022, o contrato de maior valor foi de R$ 3,38 milhões, firmado com a empresa WFC-Goiás Serviços e Prestações.

A proposta apresentada pela companhia inclui R$ 846 mil em arquibancadas, R$ 635 mil em tribunas, R$ 400 mil em grades de segurança, R$ 165 mil em telões, entre outros. Alguns contratos mostram que o governo federal também gastou R$ 216,3 mil com a confecção de Bandeiras do Brasil.

Foram 15 mil bandeirinhas de mão e outras 196 maiores – todas instaladas em postes ao longo da Esplanada dos Ministérios.

Houve ainda despesas de R$ 190 mil com a confecção de três pórticos, R$ 90 mil com canhões de luz, R$ 1,2 mil com camisetas e R$ 165 mil com projeção mapeada no Museu Nacional e no Congresso.

“Imbrochável” Um dos momentos marcantes do ato em Brasília foi o discurso em que  Bolsonaro puxou um coro de “imbrochável” após falar da esposa, Michelle, e compará-la a outras primeiras-damas.

“A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro [dia do primeiro turno]. Vamos todos votar, vamos convencer aqueles que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil. Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas. Não há o que discutir: uma mulher de Deus, família e ativa na minha vida. Não é ao meu lado, não, muitas vezes ela está na minha frente”, disse, puxando o coro de “imbrochável” logo depois.

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