No Extremo Sul da Bahia, o Corpo de Bombeiros registrou 79 ocorrências em Dezembro. Já a empresa Suzano, que tem áreas florestais na região, contabilizou 130 casos em cinco dias.
Os incêndios florestais de médias e grandes proporções atingem diversas cidades da Bahia há pelo menos quatro meses. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), os incêndios florestais atingem as regiões Norte, Sudoeste, Sul, o interior do estado e a Chapada Diamantina.
As chamas estão destruindo a vegetação nativa de cerrado e têm causado problemas na flora e também na fauna, como a morte de espécies. Além disso, áreas particulares, tanto de grandes empresas quanto de pequenos produtores, também estão sofrendo com as queimadas.
Quatro aviões modelo Air Tractor, fornecidos através do Programa Bahia Sem Fogo da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e brigadistas voluntários dos municípios próximos às regiões atingidas dão apoio à Operação Florestal, que teve início em julho. Além dos combates, os bombeiros também realizam ações preventivas com a população local.
Sul da Bahia
Dados fornecidos pelo 18º Batalhão de Bombeiros Militar, que atende a treze municípios do Sul da Bahia, indicam que no mês de dezembro foram registrados 79 atendimentos a ocorrências de incêndios florestais, até o dia 27/12. A corporação informa que as principais causas de incêndios dessa natureza são provocadas pela ação humana: queima para limpeza de terrenos baldios, queima para a preparação do solo para o plantio em propriedades agrícolas e queima de lixo nas proximidades de áreas de vegetação.
Além desses hábitos perigosos, existem ainda os incêndios intencionais, ou criminosos, que, muitas vezes, são praticados por indivíduos interessados em invadir propriedades particulares para ocupação dos terrenos.
Uma operação da Polícia Ambiental da Bahia, realizada em novembro, utilizando o auxílio de drones, flagrou focos de incêndios e até mesmo carvoarias irregulares. Em uma das fiscalizações, os policiais encontraram um saco plástico com um lençol dentro. O tecido estava embebido em óleo diesel, num forte indício de que seria usado para atear fogo na mata.
Mais de 100 ocorrências em 5 dias
De acordo com o coordenador de prevenção e combate incêndios florestais da Suzano, Luiz Bueno, apenas entre os dias 23 e 27/12, foram registradas 130 ocorrências de incêndio em áreas de plantio ou de preservação pertencentes à empresa. Ao final das investigações, identificou-se que a maior parte destas ocorrências foram causadas por ações criminosas.
Monitoramento – O sistema de monitoramento das áreas florestais da Suzano permite a rápida identificação e combate aos incêndios no sul da Bahia, reduzindo o alcance do fogo. A empresa conta com equipes de brigadistas treinadas segundo rigorosas normas internacionais, Central de Operações Integradas, que monitora através de câmeras e via satélite, em tempo real, 24 horas por dia, as florestas nativas, plantios de eucalipto e pilhas com madeira já colhida.
Além de atuar em suas áreas próprias, as brigadas da Suzano também apoiam o combate a incêndios em áreas vizinhas, em parceria com o Corpo de Bombeiros da Bahia. A empresa conta ainda com tecnologia de identificação a partir das câmeras e monitoramento por satélite a partir da identificação de fontes de calor, assim como diversos equipamentos, como sopradores, bombas em geral, drones, caminhões e caminhonetes equipados com kit de combate a incêndio.
A Suzano aproveita para reforçar que a comunidade tem papel fundamental no combate a incêndios na região e que, além de notificar ao Corpo de Bombeiros, pode informar sobre ocorrências de incêndios em florestas de eucalipto ou nativas nas áreas da empresa por meio de ligação gratuita para a Central de Operações Integradas (COI) por ligação ou mensagem Whatsapp para (73) 9987-8996, com atendimento 24 horas.
Prevenção
Como medidas de prevenção aos incêndios florestais/em vegetação, podemos citar:
- Não faça queimadas sem autorização dos órgãos ambientais ou em desacordo com a autorização de queima;
- Não faça queimadas em períodos prolongados de estiagem, uma vez que as altas temperaturas e a baixa umidade favorecem a propagação dos incêndios;
- Não use o fogo para eliminar resíduos sólidos (lixo) de residências;
- Lembre-se de que além dos riscos provocados pelas chamas, a fumaça proveniente dos incêndios é tóxica e prejudica a qualidade do ar e a saúde das pessoas;