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Jogos Mundiais Universitários – Dia 11: Brasil arremata duas pratas

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Não dava para sair de Chengdu (China) sem acompanhar o atletismo. O belo Shuangliu Sports Centre Stadium estava lotado para uma noite de finais. Como é normal na modalidade, são várias provas ao mesmo tempo e podemos acompanhar corrida, lançamento de dardo, salto triplo, salto em altura. A cada brasileiro, a atenção se voltava para uma parte específica do campo.

A medalha de prata veio na pista. Marlene dos Santos terminou os 400 metros com barreiras na segunda posição, com o tempo de 56.45, o melhor da carreira da atleta. Assim que cruzou a linha de chegada, a brasileira desabou em lágrimas, foi até a torcida brasileira, onde estávamos, recebeu aplausos e retribuiu com carinho.

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No pódio, novamente o choro. Só o atleta sabe o quanto investe até chegar à conquista. Enquanto Marlene admirava sua medalha, na arquibancada ela ouvia: “uma hora vai, uma hora vai”. Após a cerimônia de premiação, perguntei a ela sobre a frase.

“Antes de vir para cá eu tinha tido resultados ruins. Comecei o ano competindo bem, fiz boas provas, mas ano passado não foi fácil, mas meu treinador sempre confiou, sempre acreditou, puxando a minha orelha, pedindo sempre para acreditar do início ao fim, acreditar no que fazemos. Aqui foi o resultado disso. Fiz uma boa eliminatória, corri a minha melhor corrida do ano. Na semifinal, repeti o melhor do ano. Agora, o melhor tempo da minha vida na final. Isso é gratificante para mim e para o meu treinador também”.

Marlene também explicou o motivo de estar emocionada.

“Eu vinha pedindo a Deus tranquilidade. A gente é atleta, fica muito ansioso. Durante o aquecimento eu pedi para ele acalmar meu coração e minha mente, e foi isso que eu senti a todo momento. Eu cometi alguns erros durante a prova, mas botei na minha cabeça: ‘Marlene, acredita até o fim’. Essa medalha não é só minha, é de todas as pessoas que acreditam e torcem por mim. Recebi muitas mensagens positivas dos meus amigos, familiares. Saí de casa em 2018 para treinar em Campinas. Deixei minha família, a última vez que a vi foi em maio. Isso também é dela e de todas as pessoas que estão comigo nessa caminhada”.

Prata também nos saltos ornamentais

Da piscina do Jianyang Cultural and Sports Centre Natatorium veio a outra medalha de prata do Brasil nesta quinta-feira. Rafael Max e Anna Lucia Santos marcaram 276.60 pontos no trampolim de 3m sincronizado misto. A primeira colocação ficou com a China e, em terceiro, o Japão.

Antes mesmo de competirem no trampolim misto aqui em Chengdu nesta categoria, a técnica Pollyana Lacerda previa bons resultados, com a possibilidade de disputar os Jogos Olímpicos de Paris 2024.

“A Anna e o Max treinam em Brasília, que hoje é o polo principal do nosso esporte, mas eles sempre têm contato com atletas olímpicos como a Ingrid Oliveira e o Isaac Souza por exemplo, que treinam no Rio, mas fazem parte da mesma equipe. Isso ajuda bastante na motivação e eu acho que o Max e a Anna possuem chances de participarem dos Jogos Olímpicos de Paris”.

Nesta sexta-feira (04), o Brasil tem chance de garantir mais duas medalhas em esportes coletivos. Às 4h (horário de Brasília), a equipe masculina de basquete enfrenta os Estados Unidos pela semifinal. O confronto é um dos mais esperados em Chengdu e a expectativa é de ginásio lotado. Na sequência, às 6h30min, tem semifinal do vôlei feminino: Brasil x Japão.

 
 
 
 
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Os Jogos Mundiais Universitários têm transmissão ao vivo gratuita na internet. Confira o cronograma completo das competições. A delegação brasileira está em Chengdu com mais de 150 atletas de 11 das 18 modalidades em disputa no evento:  saltos ornamentais, badminton, tênis de mesa, taekwondo, kung fu (a arte marcial é denominada de wushu na China), basquete, natação, atletismo, judô, tênis e voleibol.

* Maurício Costa viajou como integrante da delegação da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU). A entidade convidou a EBC para participar da cobertura durante os 17 dias de competição em Chengdu.

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