O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), convocou líderes partidários para discutir a Medida Provisória (MP) que reonera a folha de pagamento de 17 setores da economia. A reunião está marcada para esta terça-feira, 9, mas parte dos líderes pediram o adiamento, alegando que não estão em Brasília devido ao recesso do Congresso Nacional, que vai até fevereiro. Contudo, a previsão é que o encontro inicial aconteça para tratar o tema, mesmo com expectativa de pouco quórum. Enquanto uma ala de líderes das legendas defende a derrubada da medida, o governo federal busca ganhar tempo para construir um acordo com o parlamento. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, principal coordenador da MP, não participará do encontro, pois cumprirá agendas em São Paulo. No entanto, a reunião contará com a presença de secretários da pasta.
A tendência é que Pacheco não devolva o texto para o Executivo, a menos que haja alinhamento com todos os líderes e pré-conhecimento do governo em relação a essa possível movimentação. Portanto, a expectativa é que a MP seja derrubada, em vez de ser enviada de volta ao Planalto. A maioria dos parlamentares defende a derrubada da matéria, mas os líderes do governo ainda apostam no diálogo. A orientação é negociar, admitindo possíveis mudanças, e ganhar tempo até 1º de abril, quando os efeitos da MP entrarão em vigor. Para o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), Pacheco não deve tomar uma decisão sobre a devolução da MP na reunião desta terça. Ele vê a convocação como o início do processo de discussão e destaca que há tempo para debater o assunto nos próximos meses. Entretanto, o líder admite que o texto enviado pelo Executivo pode sofrer alterações, já que é comum que medidas provisórias e projetos de lei sejam modificados durante o processo legislativo.