O mau desempenho do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, nas eleições municipais na Bahia causou uma crise na legenda que pode resultar na expulsão de parlamentares da sigla no estado.
A crise começou com a ameaça de expulsão de três dos quatro deputados estaduais da sigla, que podem ser excluídos do partido pelo presidente estadual do PL na Bahia, o ex-ministro João Roma.
Foi aberto um processo disciplinar contra os deputados Diego Castro, Vitor Azevedo e Raimundinho da JR. A coluna apurou que Azevedo e Raimundinho podem ser expulsos devido à proximidade que têm com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT).
Em julho, Roma chegou a divulgar uma nota dizendo que expulsaria candidatos do PL que conversassem com o PT de Lula para a formação de alianças durante as eleições municipais.
Bolsonaristas falam em retaliação
A ameaça de expulsão dos parlamentares desagradou membros do PL na Bahia. Parte dos filiados à legenda afirma que a abertura dos processos ocorre como uma forma de retaliação à queixa que fizeram ao presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, sobre a atuação de João Roma no pleito municipal.
Nos bastidores, críticos de Roma afirmam que o ex-ministro fez alianças equivocadas e, por isso, a legenda perdeu em diversos municípios. Parte do PL baiano chegou a pedir que o atual presidente estadual da sigla deixe o comando do partido.
Para se ter uma ideia, das 30 candidaturas nas eleições municipais da Bahia, a sigla de Bolsonaro conseguiu apenas a reeleição do prefeito Jânio Natal, no município de Porto Seguro.
Roma em Brasília
Em meio à crise, João Roma tem recorrido aos caciques de Brasília. Na semana passada, por exemplo, o ex-ministro esteve duas vezes na sede do PL, que fica na capital federal.
No dia 30 de outubro, ele conversou com Valdemar e disse a aliados que, por enquanto, não deve deixar o comando da sigla na Bahia.