O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou, nesta segunda-feira (18), que acompanha o caso do jovem, identificado como Daniel da Cruz de Jesus, de 24 anos, que foi morto por um policial militar que estava sem farda na cidade de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, na sexta-feira (15).
Segundo a TV Bahia, o MP-BA afirmou que a instauração do inquérito policial militar foi comunicada formalmente ao órgão nesta segunda. A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que o caso também é acompanhado pela Corregedoria Geral.
O PM estava ao lado de colegas, também descaracterizados, em um Ford KA branco, que não possui a pintura da Polícia Militar da Bahia. Dois homens desceram do veículo, enquanto o condutor permaneceu no carro, para realizar uma abordagem. Quando o rapaz estava com as mãos na cabeça e aparentava estar rendido, um dos militares realizou, ao menos, três disparos, incluindo um enquanto Daniel já estava no chão. Após os tiros, um terceiro homem desceu do carro e se juntou aos outros dois.
“Ele [o policial] que fez a execução. Meu esposo desceu do carro e meu marido colocou a mão pra cima e abriu as pernas. Ele fez meu marido virar de frente e atirou a queima roupa”, disse Daniela Souza, esposa da vítima, à TV Bahia.
O tenente-coronel Edmundo Assemany Júnior, comandante do 14º Batalhão de SAJ, afirmou que os policiais faziam rondas na região com viaturas padronizadas e despadronizadas e que eles estavam autorizados para atuar sem farda.
“Os policiais registraram ocorrência na delegacia, como previsto na lei. Determinamos a instauração de um inquérito policial militar, que tem prazo de 40 dias e pode ser prorrogado por mais 20 dias. Ao final da apuração, esperamos esclarecer todos os fatos ali ocorridos”, explicou.
Edmundo Assemany também confirmou que os policiais que aparecem no vídeo continuam trabalhando para a Polícia Militar. “Os policiais seguem no serviço, eles vão fazer uma parte do serviço administrativo. O indivíduo Daniel era contumaz na prática de tráfico de drogas na região, tinha diversas passagens policiais por tráfico de drogas, associação ao crime, porte ilegal de arma de fogo e também era apontado como autor de um homicídio e uma tentativa de homicídio no período de São João aqui na cidade”, afirmou Assemany à TV Bahia.
“Ele já foi preso, estava respondendo pelos crimes dele, assinando todo mês certinho. Ele não estava mais no mundo do crime, estava trabalhando, estava indo trabalhar no dia que foi assassinado. Todo mundo erra e ele estava pagando pelos erros dele”, declarou a esposa de Daniel.