O senador Sergio Moro (União-PR) se pronunciou novamente nesta terça-feira, 18, para de defender da denúncia apresentada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, por “manifestação caluniosa” contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. O ex-juiz reafirma que o vídeo foi tirado de contexto e explica que se tratava de uma piada em uma festa junina: “Brincava-se sobre ‘cadeia’ em festa junina na qual paga-se uma prenda para sair (atenção: não é crime pagar ou receber nesse caso). A não ser que a PGR queira dizer que acusei o Min. Gilmar de ‘vender’ ‘habeas corpus’ contra ‘prisão’ de festa junina, penso que a denúncia é absurda. PS.: não estou reiterando calúnia ou injúria, apenas explicando”. Na publicação, feita em seu Twitter, ele faz referência a um vídeo postado pelo jornalista Felipe Moura Brasil no qual a fala completa do senador é exibida. Moro destacou que nunca teve acesso ao vídeo e que não postaria o conteúdo original com receio de ser preso.
“Tenho divergências sérias com o Min. Gilmar Mendes, mas nunca o acusei de crimes. O culpado pela ofensa ao Min. Gilmar é quem na sexta-feira editou e divulgou trechos do vídeo com malícia. Eu, da minha parte, nunca tive o vídeo. Acho estranha e repudio a denúncia relâmpago. Se a PGR tivesse me ouvido antes, explicaria tudo. O vídeo com o contexto você pode assistir diretamente no post do @FMouraBrasil. Se eu postar, do jeito que as coisas andam, é capaz de me prenderem. No Senado, continuarei a lutar pela Justiça e pela liberdade, para mim e para você”, finalizou. Como a Jovem Pan mostrou, uma gravação repercutiu nas redes sociais na última sexta-feira, 14, e mostra o senador do Paraná falando sobre suposta compra de habeas corpus do ministro Gilmar Mendes. No vídeo, é possível entender que o ex-juiz está conversando com outras pessoas quando ouve uma voz feminina dizendo: “Está subornando o velho”. Sergio Moro sorri e então responde: “Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”.
Na denúncia desta segunda, a vice-procuradora fala em “inveracidade” das palavras de Sergio Moro. “Acusando falsamente a vítima de, em razão de sua função jurisdicional, negociar a compra e a venda de decisão judicial para a concessão de habeas corpus”, afirma. Segundo Lindôra, o ex-juiz “agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta corte do país”. Ainda de acordo com a PGR, o ex-ministro de Bolsonaro teria incorrido na prática do crime de calúnia e estaria sujeito à prisão e à perda do mandato de senador, caso aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos.
A recente postagem do @FMouraBrasil esclarece tudo. Brincava-se sobre “cadeia” em festa junina na qual paga-se uma prenda para sair (atenção: não é crime pagar ou receber nesse caso). A não ser que a PGR queira dizer que acusei o Min. Gilmar de “vender” “habeas corpus” contra… pic.twitter.com/XrUV01ZRqY
— Sergio Moro (@SF_Moro) April 18, 2023