InícioNotíciasPolíticaMotorista do Porsche diz ganhar R$ 15 mil de salário na empresa...

Motorista do Porsche diz ganhar R$ 15 mil de salário na empresa do pai

São Paulo – Indiciado por bater com seu Porsche e causar a morte de um motorista de aplicativo, o empresário Fernando Sastre de Filho, de 24 anos, declarou à Polícia Civil que trabalha na empresa do pai e recebe salário de R$ 15 mil.

Conforme revelou o Metrópoles, o motorista do Porsche nasceu em uma família de empresários que atuam no mercado imobiliário e de materiais de construção civil. Na delegacia, Fernando Filho declarou que trabalhava como “gerente” na F. Andrade, uma distribuidora de ferro e aço, fundada pelo seu pai em 1993.

É no nome dessa empresa que está registrado o Porsche 911 Carrera GTS, modelo 2023, avaliado em mais de R$ 1 milhão. Fernando Filho conduzia o carro de luxo, em alta velocidade, quando tentou fazer uma ultrapassagem e bateu na traseira de um Renault Sandero, no Tatuapé, na zona leste da capital paulista.

A colisão na madrugada de domingo (31/3), por volta das 2h20, causou a morte do motorista Ornaldo da Silva Viana, 52, que dirigia o Renault Sandero. A vítima morreu 1 hora depois, assim que chegou ao hospital, de “choque hipovolêmico” – condição causada por falta de sangue.

fernando sastre de andrade filho 1

Motorista chegou à delegacia na tarde desta segunda (1º/4) Reprodução

fernando-motorista-porsche

Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade Reprodução

empresario-Porsche

Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade Reprodução

fernando porsche

Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho sai do 30º DP pela porta da frente Felipe Resk/Metrópoles

fernando sastre de andrade filho 3

Acompanhado da mãe, o motorista se apresentou à delegacia Reprodução

fernando sastre de andrade filho 2

Fernando Sastre de Andrade Filho estava desaparecido Reprodução

Acidente Porsche zona leste SP

Dianteira de carro de luxo ficou completamente destruída Divulgação/Polícia Civil

porsche-acidente

Porsche em alta velocidade provocou morte de uma pessoa em acidente no Tatuapé Divulgação/Polícia Civil

Acidente Porsche zona leste SP

Asfalto ficou com marcas de pneus após acidente, ocorrido em alta velocidade Divulgação/Polícia Civil

Acidente Porsche zona leste SP

Carro da vítima teve a traseira destruída Divulgação/Polícia Civil

Acidente Porsche zona leste SP

Motorista do Renault Sandero morreu durante atendimento hospitalar Divulgação/Polícia Civil

Empresas No Porsche, policiais encontraram o smartwatch Apple Watch Series 7, que foi apreendido. A nota fiscal no valor R$ 3.247,98, registrada no nome de Fernando Filho, também estava no veículo de luxo.

Com ensino superior incompleto, o empresário é sócio da incorporadora Sastre Empreendimentos Imobiliários, juntamente com o pai, um tio e outro parente.

Fundada em outubro de 2020, a empresa tem sede na capital paulista e foi aberta com investimento inicial declarado de R$ 430 mil. O grupo atua na construção de edifícios, além da compra, venda, aluguel e loteamento de imóveis.

Na Receita Federal, o nome Fernando Sastre de Andrade Filho aparece, ainda, como o único sócio da FF Andrade Serviços Administrativos, empresa que atua com serviços de escritório e apoio administrativo.

Acima do limite Em interrogatório, o empresário disse que está “amargamente arrependido”. Ele admitiu que dirigia o Porsche “um pouco” acima do limite de velocidade, negou ter bebido e disse que “apagou” após a colisão, só retomando a consciência quando estava “deitado na via pública”.

Também relatou que tinha ido com um amigo para um clube de poker, no Tatuapé, onde ficou por cerca de 3 horas. Ele recebeu ajuda da mãe para fugir do local do acidente, sem fazer teste de bafômetro, mas disse não se recordar como ela foi socorrê-lo.

O empresário, que não tinha antecedentes criminais, foi indiciado por homicídio com dolo eventual, lesão corporal e fuga do local do acidente. A Polícia Civil chegou a representar pela sua prisão temporária, mas o pedido foi negado pela Justiça paulista.

A versão do motorista do Porsche é contestada por outras pessoas que viram a colisão. Segundo testemunha, Fernando Filho apresentava sinais de embriaguez, com a voz pastosa e cambaleando, e não ofereceu ajuda para Ornaldo.

Suposta namorada Foram testemunhas que chamaram a ambulância e a Polícia Militar. No inquérito, uma delas relata que, durante o socorro, um carro, cujo modelo não soube especificar, chegou a parar no local e duas garotas desembarcaram. Uma delas teria se apresentado como namorada de Fernando Filho.

Ainda segundo a testemunha, nesse meio tempo, o celular do empresário tocou, um rapaz que ajudava Fernando a sair do Porsche atendeu à ligação e conversou com a mãe dele, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, 45, que foi informada sobre o acidente do filho.

Até a chegada de Daniela, a suposta namorada e a outra jovem tentaram tirar do local Fernando e o amigo dele, que estava de carona no Porsche e se feriu. Presentes na cena do crime teriam contestado a postura das mulheres: “Eles só vão sair daqui após o outro motorista [Ornaldo] ser atendido pelo resgate”.

Mãe “alterada” Daniela Cristina chegou “alterada” ao local do acidente e estaria preocupada em ajudar o filho “a se evadir”, segundo testemunha.

Pessoas ouvidas no inquérito relatam que “em nenhum momento” as duas garotas ou a mãe do empresário “prestaram qualquer tipo de atenção ao socorro para a vítima do Renault”.

A mãe do empresário pode ser indiciada pela Polícia Civil por fraude processual, porque ela inviabilizou que o empresário fosse submetido a exames toxicológicos.

A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (3/4), em sigilo, por fontes policiais que acompanham o caso.

Sem ir ao hospital Como mostrado pelo Metrópoles, a mãe de Fernando foi até o local do acidente e disse aos policiais militares que atenderam a ocorrência que ia levar o filho para o Hospital São Luiz no Ibirapuera.

Os PMs liberaram os dois e depois foram à unidade de saúde com o intuito de realizar o exame de bafômetro no empresário. No local, foram informados que ele não havia dado entrada em nenhum hospital da rede.

Além de liberar o suspeito, os PMs demoraram cerca de 5 horas para apresentar a ocorrência na delegacia. A conduta é investigada internamente pela corporação.

No depoimento, Fernando Sastre Filho admitiu que, de fato, não foi para nenhum hospital. Ele disse que sua mãe o levou para casa, onde repousou. Depois, ela alegou que tinha recebido ameaças pelo celular, sem especificar de quem, e que achou melhor não buscar atendimento médico para o filho.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Últimas notícias

Petrobras demite 20 funcionários ligados a Jean Paul Prates

Assessores e consultores de confiança do ex-presidente, demitido na 3ª feira (14.mai), tiveram os...

Prefeitura esclarece notícia envolvendo concurso público

A Prefeitura Municipal de Teixeira de Freitas vem, por meio de nota, esclarecer sobre...

Sobrinha de Gil do Vigor passa mal e tem leito de UTI negado

Gil do Vigor usou as redes sociais para desabafar sobre o que sua sobrinha,...

“Pedir a Deus que não chova mais”, diz Lula a prefeitos gaúchos

Reprodução 1 de 1 Imagem colorida de pronunciamento de Lula - Metrópoles ...

Mais para você