Considerada uma das formas mais mortais da doença, o câncer de pâncreas é de difícil diagnóstico: os sintomas são inespecíficos e muitas vezes ignorados pelos pacientes e médicos. Foi o que aconteceu com a britânica Emma King.
Com problemas estomacais, os médicos inicialmente diagnosticaram a mulher com intolerância alimentar, porém o susto veio depois, quando a britânica descobriu que estava com um tumor já em estágio avançado. Ela faleceu um ano e meio após a identificação do câncer, aos 43 anos.
Emma era praticante assídua de atividades físicas e frequentava com regularidade clubes de corrida e aulas esportivas. Os incômodos no estômago começaram em 2017.
“Ela foi e voltou aos médicos, que lhe disseram para manter um diário alimentar e atribuíram o quadro a múltiplas intolerâncias alimentares, sintomas de síndrome do intestino irritável e sensibilidade ao trigo”, conta Hayley Penfold, irmã de Emma, em entrevista ao Daily Mail.
Apesar do tratamento, a mulher continuou sentindo problemas no estômago. Emma também perdeu peso, um sinal clássico de câncer: foi só então, dois anos após o primeiro diagnóstico, que ela foi encaminhada para um exame que revelou uma massa no pâncreas. O câncer já tinha se espalhado para o fígado.
Assassino silencioso
O câncer no pâncreas é uma das formas que mais matam da doença. Isso acontece devido aos sintomas silenciosos desse tipo de tumor, que tornam o diagnóstico mais complicado em estágio inicial. Com o câncer mais avançado, o tratamento não é tão eficaz.
Por isso, a taxa de mortalidade do câncer pancreático é grande. Segundo a Pancreatic Cancer UK, uma organização que luta contra esse tumor no Reino Unido, apenas um a cada 10 pacientes sobrevivem mais de cinco anos depois de diagnosticados.
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de pâncreas ocupa a 14ª posição entre os tipos mais frequentes. Ele é responsável por cerca de 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 5% do total de mortes causadas pela doença.
Evolução do câncer de Emma
Depois do diagnóstico, Emma começou a fazer sessões de quimioterapia, mas teve complicações durante o processo. Mesmo com a terapia e injeções hormonais, o câncer não respondeu, e o quadro da mulher piorou.
Caroços começaram a aparecer em suas costas e, em janeiro de 2021, um ano e meio após o diagnóstico, Emma faleceu.
Atenção aos sinais
O pâncreas é um órgão com cerca de 25 cm de comprimento, se localiza atrás do estômago e faz parte do sistema digestivo. Ele ajuda a produzir enzimas que auxiliam o corpo na decomposição de alimentos em nutrientes.
De acordo com o Inca, o risco de câncer no pâncreas aumenta com o avanço da idade. Ele é mais raro antes dos 30 anos e mais comum a partir dos 60. Para evitá-lo, fique atento. Os principais sintomas de alerta são:
- Icterícia (condição que provoca uma coloração amarelada do branco do olho e a da pele);
- Coceira na pele;
- Urina mais escura;
- Fezes mais claras;
- Perda de apetite;
- Perda de peso não intencional;
- Constipação ou inchaço.
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