Presentes no show de comemoração aos 50 anos do Ilê Aiyê na Conha Acústica, nesta sexta (1°), os representantes Russo Passapusso e Roberto Barreto ressaltaram a influência do Mais Belo dos Belos na musicalidade e representatividade na música baiana. Ao Bahia Notícias, os músicos afirmaram que “Não existiria Baiana System se não tivesse Ilê Aiyê”
“Não existiria Baiana System se não tivesse Ilê Aiyê. 50 anos de Ilê Aiyê e a gente está aqui fazendo essa celebração junto, trata-se de identidade, de a gente se reconhecer, entender exatamente o propósito da música em relação a tudo que a gente faz”, disse o vocalista e um dos representantes da banda, Russo Passapusso.
Em sua fala, o músico ressalta ainda a relevância do bloco na atualidade: “Então assim, não é um processo de resgate, Ilê Aiyê não é passado, Ilê Aiyê tem pé no futuro. Quando a gente ouvir com cada vez mais atenção, a gente tem todo esse desmembramento que ensina pra gente até hoje no Baiana e diversos outros artistas que passaram por esse caminho. Então é raiz e é fruto”, conclui Russo.
O guitarrista Roberto Barreto, por sua vez, detalhou o histórico da evolução musical baiana atrelada aos blocos afro.
“Como o baiano tem isso muito presente e a gente tem visto isso nos depoimentos de todo mundo, quando tem falado dessa importância há 50 anos. Neguinho do Samba, Abral, Malê, tudo que veio depois e tudo que a gente conheceu como escola de percussão e do que é essa percussão de rua. Muitas influências, são muitas escolas de bateria dentro do Ilê Aiyê que vão se formando e que vão se ramificando até Cortejo Afro”, diz.
“Hoje acho que é uma celebração que é muito maior, é uma celebração que tem a ver com a história do Carnaval da Bahia, tem a ver com tudo que veio depois, tudo que você falar de indústria [musical], tem a ver com o Ilê Aiyê”, conclui Barreto.
NOVO PROJETO PARA 2025
Ao citarem os 40 anos do Axé, enquanto estilo musical, a banda promete uma “renovação” para o ano que vem e o lançamento de um novo projeto para 2025. “Acho que a gente vai entrar com a renovação, porque o Carnaval é sempre uma renovação. A gente está aqui celebrando um ponto de partida que permeia todo o processo de composição, de música, de encontros musicais, de criações, de tudo isso”, define Russo Passapusso.
“A gente, no Carnaval, a gente vai trazer muitas novidades, tá trabalhando há três anos pra isso. E vai ser um tema que com certeza vai fincar, nesses 40 anos, essa relação da música, do axé, de toda essa luta que a gente tem de celebração do samba reggae. O samba reggae é o futuro”, revela.