Organizações não governamentais (ONGs) de proteção ajuizaram uma ação para proibir a venda de animais nas plataformas digitais Mercado Livre e OLX, na quarta-feira (15/2), na Justiça de São Paulo. Segundo as instituições, sem fiscalização, o e-commerce expõe os pets ao risco de maus-tratos e abusos.
A ação foi assinada pelas ONGs Associação Filantrópica Os Animais Importam, Agência de Notícia de Direitos Animais (Anda), Ampara Animal, Fórum Nacional Proteção e Defesa Animal, Sinergia Animal e S.O.S. Animais e Plantas.
As ONGs também solicitam a remoção imediata dos anúncios, até o julgamento do caso. Segundo as instituições, juntas, as duas plataformas somam quase 330 mil anúncios de animais. De acordo com diretora jurídica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Ana Paula de Vasconcelos, o e-commerce trata os pets como mercadorias.
“Nosso avanço civilizatório é incompatível com os maus-tratos aos animais e, por isso, é vedado expressamente nossa Constituição Federal. Dessa forma, proibir a venda de animais como se fossem meros objetos é medida necessária para a construção de uma sociedade mais justa e solidária para todas as formas de vida”, afirmou.
Do ponto de vista das ONGs, o atual modelo de e-commerce não conta com controles a fim de garantir o bem-estar dos animais e, tampouco, é fiscalizado. Além de filhotes de cães e gatos, as plataformas comercializam pássaros, cavalos e até animais silvestres.
Segundo as ONGs, sem fiscalização, as plataformas abrem brecha de maneira involuntária para criadores sem ética e praticantes de maus-tratos, como: reprodução forçada, ausência de higiene e cuidados veterinários, superlotação de baias, alimentação inadequada, corte de rabo e orelhas e descarte de filhotes “fora do padrão”.
Do ponto de vista das instituições, o e-commerce fere os princípios da Constituição Federal e outras legislações que proíbem o tratamento cruel aos bichos. De acordo com as entidades, diversas gigantes da internet aboliram há anos a comercialização de animais.
O Metrópoles entrou em contato com as duas empresas citadas. Em nota, a OLX afirmou que ainda não foi notificada oficialmente, mas que prestará os esclarecimentos necessários ao Judiciário, tão logo seja.
Leia a nota completa:
“A OLX não foi notificada oficialmente sobre a ação e caso isso ocorra, prestará os esclarecimentos necessários ao Judiciário, visando sempre a manutenção de uma ferramenta democrática que possibilita aos brasileiros uma plataforma fácil e rápida, dentro dos termos e condições de uso do espaço”.
Igualmente acionado, o Mercado Livre não apresentou posicionamento sobre a questão. O espaço segue aberto para as manifestação das empresa.