Uma rede criminosa ousada e bem estruturada foi desarticulada pela Polícia Civil de Itamaraju-BA, em uma operação de grande impacto denominada “Caçada”. O grupo utilizava documentos falsos para ingressar com ações indenizatórias fraudulentas contra bancos, operadoras de telefonia e companhias energéticas, simulando negativação indevida de nomes.
A investigação, iniciada em abril deste ano após uma denúncia da empresa de telefonia Claro, revelou um esquema que abrange os Estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Sergipe. A operação culminou com a prisão de suspeitos e a apreensão de materiais ilícitos, incluindo registros de identidade falsos e carimbos utilizados nas fraudes.
O caso veio à tona quando advogados da Claro perceberam que um indivíduo participou de audiências em três cidades diferentes — Itamaraju, Feira de Santana e Ilhéus — utilizando documentos forjados. Com o apoio do Núcleo de Inteligência da 8ª Coorpin de Teixeira de Freitas, as investigações desdobraram-se em uma complexa teia de fraudes envolvendo mais de 81 processos fraudulentos.
O Golpe
Os criminosos selecionavam aleatoriamente cidades para as ações, utilizavam audiências virtuais e recrutavam advogados locais, que, em sua maioria, não tinham conhecimento das irregularidades. Entre os suspeitos detidos, está um estudante de Direito que confessou ter realizado as audiências fraudulentas diretamente de seu quarto e detalhou como os documentos falsificados eram produzidos e utilizados.
Outro envolvido alegou ser alcoólatra e afirmou que participava do esquema para sustentar o vício, levantando debates sobre a complexidade social por trás de crimes desse tipo.
Desdobramentos
A operação desvendou o modus operandi do grupo e levantou indícios de um terceiro integrante que possuía acesso a bancos de dados com informações de pessoas negativadas. Além disso, os investigadores descobriram que o esquema previa uma nova audiência em dezembro deste ano, no Rio de Janeiro, reforçando a necessidade de intensificar as investigações.
Com os acusados à disposição da Justiça, as autoridades continuam trabalhando para identificar todos os envolvidos e desmantelar completamente a rede criminosa. A operação expõe não apenas as brechas no sistema judicial, mas também a audácia de fraudadores que transformaram as audiências virtuais em terreno fértil para golpes.
Este caso serve de alerta sobre os perigos da vulnerabilidade digital e a importância de rigor na validação de informações em processos judiciais.
Fonte | Polícia Civil de Itamaraju
Ver essa foto no Instagram
Uma publicação compartilhada por Itamaraju Notícias (@itamarajunoticias.com.br)