Quem viu a escalação inicial do Bahia no confronto com o Santos, na noite desta quarta-feira (17), percebeu uma mudança sensível no time. Depois de ter consolidado o volante Rezende na defesa, Renato Paiva deslocou o camisa 5 para o meio-campo e montou uma equipe com dois jogadores de marcação, além da linha de três zagueiros.
Após o empate por 0x0 na Vila Belmiro, no primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil, o treinador analisou o desempenho do seu time e disse que a mudança foi uma estratégia para priorizar o resultado, já que a Copa do Brasil tem formato eliminatório e qualquer vacilo pode ser fatal.
“Hoje fizemos um jogo muito competente. Não foi o jogo que eu sou adepto, não foi um jogo tanto de propor, possivelmente a torcida gosta de um jogo mais pra frente, mais vibrante, mas esse não é um jogo de ponto. É uma eliminatória que se divide em dois jogos. Nós jogamos fora e sabíamos também, em função do que foi o jogo aqui [pelo Brasileirão], como joga o Santos. Hoje, podendo levar a eliminatória para a Fonte Nova, com o apoio da torcida, fomos mais estratégicos, mais reativos”, iniciou o treinador.
“Encurtamos os espaços do Santos, é uma equipe que por seus valores individuais é muito perigosa no um contra um e no ataque às costas da nossa defesa. Na primeira parte, o goleiro do Santos foi o melhor em campo e isso efetiva a estratégia. Portanto, é uma eliminatória em dois jogos e vamos trazer para Salvador”, completou.
Apesar de ter jogado com dois volantes com maior poder de marcação, Paiva valorizou as boas chegadas do Bahia no ataque. Ele lamentou pelo time não ter conseguido converter as chances. Vale lembrar que o treinador não pôde contar com o meia Thaciano. Motor do time, ele não pode jogar a Copa do Brasil pelo clube baiano pois disputou o torneio deste ano pelo Grêmio.
“Não é preciso ser um cientista para entender que quando se entra com essa formação você diz a sua equipe que será mais contido no ataque. Vai ter dois jogadores na frente da defesa que podem ajudar os três zagueiros, mas são jogadores que podem dar o passe para frente. Hoje era claro que a estratégia passava por tirar espaços, e Rezende e Acevedo são jogadores que tiram espaços como ninguém. Mas o que eu queria era que com a bola fossemos nós. Na primeira parte fomos, na segunda nem tanto, também pela reação do Santos, que é normal”, afirmou.
Após o empate, o treinador do Bahia disse também que o time está evoluindo a cada partida. Na visão dele, os jogadores conseguiram se adaptar bem ao modelo de não ter a bola para dominar o adversário. A partida de volta entre Bahia e Santos pela Copa do Brasil será no dia 31 de maio, na Fonte Nova.
“O crescimento da equipe também se vê nisso. A equipe fica mais confortável quando percebe os momentos em que não tem a bola e precisa se defender, seja por estratégia ou por imposição do adversário. Já havia mostrado isso contra o Vasco e começa a ser uma equipe mais completa. Evidente que não atacamos tanto, não tivemos tanta posse pois mantendo a estratégia tática. Quando vamos muito para frente nos expomos e sofremos gols. Hoje priorizamos quebrar os pontos fortes do Santos, tentar colocar os nossos em prática e foi uma pena não marcar o gol”, finalizou.