Cassação do ex-procurador da Lava Jato abriu caminho para que candidato do PL chegue ao Congresso
Reprodução/Instagram/@pr_itamar_paim
Itamar Paim, do Partido Liberal, ficará com a cadeira de Deltan Dallagnol na Câmara
A cassação do mandato do ex-procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu caminho para que o pastor Itamar Paim (PL-PR) possa assumir a vaga como parlamentar na Câmara dos Deputados aos 46 anos. Natural de Paranaguá, o paranaense declarou R$ 300 mil à Justiça Eleitoral e recebeu R$ 450 mil do partido então presidente Jair Bolsonaro (PL) para realizar a campanha eleitoral na qual recebeu 47 mil votos. O pastor, que se declara alinhado ao seu partido e apoiador do ex-presidente, disse que não conhece o deputado federal cassado, mas que enviou mensagem a ele por meio de redes sociais, nas quais também é atuante, inclusive, em função da sua atividade religiosa na 59ª Igreja do Evangelho Quadrangular, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). “Não esperava que acontecesse dessa forma. Fui às redes socais dele e manifestei a minha solidariedade. Ele não me retornou. Agora, [na Câmara] pretendo seguir a linha do partido na Oposição por aquilo que acreditamos. Foi por isso que me filiei ao PL”, avaliou.
A decisão pela posse de Paim foi anunciada nesta quarta-feira, 17, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), um dia após a cassação de Deltan Dallagnol (Podemos). A princípio, a vaga seria do ex-deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos), o segundo mais votado do partido no Paraná, que fez 11.925 votos – o ex-parlamentar, no entanto, não alcançou a contagem mínima de votos, que corresponde a 10% dos votos do quociente eleitoral. A decisão do TSE transferiu os votos de Dallagnol para a legenda, obrigando o TRE-PR a realizar uma nova totalização de votos. A posse de Paim está prevista para a semana que vem e deverá seguir o ritual a ser organizado pelo PL. “Tínhamos a expectativa de assumir em algum momento, mas não sabíamos o caminho, não foi da forma que a gente esperava, mas agora cabe a mim representar quem votou. Havia algumas possibilidade de alguns deputados concorrerem e isso acabaria ocorrendo”, destacou. Dallagnol vai recorrer da decisão do TSE no Supremo Tribunal Federal (STF).