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Pesquisadora é desligada de grupo da USP e sugere que foi por criticar jornalista

Michele Prado integrava o Monitor do Debate Político do Meio Digital da USP e questionou declaração de Daniela Lima, da “GloboNews”, sobre estudo do qual fez parte

A pesquisadora Michele Prado disse estar sendo vítima de ataques por ter corrigido jornalista Reprodução/Youtube- Fora da Política Não Há Salvação – 5.fev.2022

PODER360 14.mai.2024 (terça-feira) – 22h23

A pesquisadora Michele Prado afirmou na 2ª feira (13.mai.2024) que não integra mais o Monitor do Debate Político do Meio Digital da USP (Universidade de São Paulo). Em seu perfil no X (ex-Twitter), escreveu que continuará seu trabalho de “pesquisa e prevenção/combate aos extremismos de forma independente” depois de ter sido desligada.

Prado fez inúmeras publicações relacionadas à sua saída do grupo da USP. Em uma delas, sugeriu que o desligamento teria a ver com a jornalista Daniela Lima, da GloboNews, emissora paga de notícias do Grupo Globo. A pesquisadora disse ter sido insultada pela profissional após “corrigir uma informação” divulgada por ela ao vivo e que, depois disso, a “corda arrebentou pro lado mais fraco”.

Em 10 de maio de 2024, a GloboNews divulgou os resultados de uma pesquisa do Monitor da USP. À frente do programa “Edição das 18h”, Daniela Lima disse que, segundo o estudo do grupo, “31% das publicações no Twitter com as palavras-chave Rio Grande do Sul ou tragédia, entre as 10h e as 14h de hoje [10 de maio], vejam só, em 4 horas, 31%, ou seja, quase 1/3 de todas as publicações relacionadas a Rio Grande do Sul ou tragédia, entre 10h e 14h de hoje, aderiam ao discurso de que o governo e entidades governamentais não só não estariam se empenhando em ajudar a população, como estariam efetivamente criando obstáculos. […] É 1/3 da presença em mídia digital que está circulando desinformação”.

Prado compartilhou o post da GloboNews com o vídeo de Daniela Lima.

Ela questionou a declaração da jornalista e disse que os 31% citados “referem-se só e somente ao volume de discursos com sentimentos antigovernamentais e anti-institucionais”, que não houve análise qualitativa e que o grupo não diferenciou o que poderia ser desinformação.

O QUE DIZ A NOTA DO GRUPO DA USP A seguir, o que diz a nota técnica do levantamento da USP – íntegra (PDF – 956 kB):

foram analisadas 2.000 mensagens do X com as palavras-chave Rio Grande do Sul e/ou tragédia; o período analisado foi das 10h às 14h de 10 de maio de 2024; os pesquisadores analisaram se as mensagens reiteravam o “discurso antiestatal/antigoverno” e concluíram que “31% das mensagens adotavam essa perspectiva”; algumas das mensagens dentro dos 31% tinham conteúdo opinativo e outras, conteúdo factual (em alguns casos com fatos já “desmentidos por agências profissionais de verificação”); o estudo não mediu o percentual de mensagens com alegações factuais contestadas pelas agências.

A seguir, releia o que disseram Daniela Lima e Michele Prado:

Daniela Lima – “31% das publicações no Twitter com as palavras-chave Rio Grande do Sul ou tragédia, entre as 10h e as 14h de hoje [10 de maio], vejam só, em 4 horas, 31%, ou seja, quase 1/3 de todas as publicações relacionadas a Rio Grande do Sul ou tragédia, entre 10h e 14h de hoje, aderiam ao discurso de que o governo e entidades governamentais não só não estariam se empenhando em ajudar a população, como estariam efetivamente criando obstáculos. […] É 1/3 da presença em mídia digital que está circulando desinformação” Michele Prado – “Não classificamos se os discursos com sentimentos antigovernamentais e anti-institucionais eram queixas legítimas, desinformação ou fake news. Fizemos a análise quantitativa de sentimentos antigovernamentais e anti-institucionais sem classificar como desinformação. Os 31% referem-se só e somente ao volume de discursos com sentimentos antigovernamentais e anti-institucionais, não houve análise qualitativa e NÃO classificamos como desinformação”. Em seu perfil no X, Prado manteve as críticas contra Daniela Lima. Escreveu que ela retirou sua principal fonte de renda, uma referência à saída do grupo da USP. Depois, afirmou que estava sendo vítima de cyberbullying e chamou isso de “janjismo”, numa crítica à primeira-dama, Janja Lula da Silva.

O Poder360 entrou em contato com Michele Prado para perguntar se gostaria de se manifestar e explicar qual é a relação entre Daniela Lima e sua saída do grupo da USP. Ela respondeu que não irá comentar neste momento.

Este jornal digital também procurou o Monitor do Debate Político no Meio Digital para perguntar como se deu o processo de saída da pesquisadora. O grupo confirmou apenas que ela não é mais integrante.

REQUERIMENTO NA CÂMARA O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou nesta 3ª feira (14.mai.2024) que entrará com um requerimento na Comissão de Comunicação da Câmara para que Michele Prado seja ouvida. No entanto, o próprio congressista informou que a pesquisadora não aceitará o convite.

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