No relatório final do inquérito do golpe, a Polícia Federal aponta a participação de um juiz federal junto ao PL de Valdemar Costa Neto na ofensiva contra as urnas eletrônicas.
Nas investigações, a PF concluiu que o juiz Sandro Nunes Vieira, que trabalhou no TSE em 2022, “atuou de forma ilegal” e em ” desacordo com sua função” ao discutir fraudes com aliados do então presidente Jair Bolsonaro.
No relatório, a PF diz que encontrou mensagens no celular de Marcelo Câmara, então assessor especial de Bolsonaro, na qual ele discutia com o juiz fraudes nas urnas eletrônicas e a ação do PL contra o pleito.
Além disso, a Polícia Federal aponta na investigação que o magistrado atuou para “esconder” sua participação na representação. Especialmente seu contato com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
A PF diz ainda que Sandro Vieira enviou uma mensagem para Marcelo Câmara pedindo para avisar Valdemar para não mencionar seu nome ao tratar da representação do partido contra as urnas eletrônicas.
O motivo da preocupação do juiz foi uma entrevista de Valdemar em novembro de 2022, na qual o dirigente cita o nome de Sandro. Após a divulgação, o então juiz emitiu uma nota negando qualquer contato com o presidente do PL.
“Nesse contexto, os elementos probatórios identificados pela investigação demonstram que Sandro Nunes Vieira atuou de forma ilegal e clandestina, ao assessorar o Partido Liberal na representação eleitoral contra as urnas eletrônicas”, afirma a PF no relatório, tornado público pelo ministro do STF Alexandre de Moraes nesta terça-feira (26/11).