Sete pessoas foram presas nesta sexta-feira (20) em uma operação contra agentes públicos apontados como cúmplices da milícia que atua no estado do Rio de Janeiro.
A ação, batizada de operação Heron, teve como objetivo o cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, para integrantes da milícia e agentes da área de segurança pública.
Entre os presos estão dois PMs e cinco policiais penais. Segundo a investigação, os agentes públicos eram responsáveis pelo repasse de informações privilegiadas aos criminosos, sobre segurança pública, posicionamento de viaturas e investigações em andamento, com evidente prática de corrupção e pagamentos entre milicianos e serventuários do sistema prisional. Foi identificado, ainda, que os investigados, a maioria agentes da área de segurança, usam a função pública para atuar com a milícia da região de Campo Grande e Santa Cruz, inclusive, nas próprias instituições policiais.
A delegada da Polícia Civil, Ana Lúcia da Costa Barros, esposa do policial penal, André Guedes Benício Batalha, um dos presos na operação, também é alvo da investigação. A polícia apura ainda se ela forneceu informações privilegiadas para ajudar a quadrilha.
A promotora do Ministério Público do Rio, Simone Sibilio, dá detalhes dos crimes praticados pela organização. Segundo ela, a milícia tem um forte braço no ramo imobiliário e de cobrança de taxas ilegais aos moradores.
Outra hipótese investigada, segundo Simone Sibilio, é o envolvimento dos presos na morte da vereadora Marielle Franco (Psol).
A organização criminosa alvo da investigação já foi chefiada por Wellington da Silva Braga, conhecido como ‘Ecko’, morto em confronto com a Polícia Civil no ano passado, na comunidade Três Pontes, em Paciência, Zona Oeste do Rio, e hoje é comandada pelo irmão dele Luiz da Silva Braga, o ‘Zinho’.
Não conseguimos contato com a defesa da delegada Ana Lúcia da Costa Barros e do marido dela.
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