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Prestes a embarcar no governo, Republicanos tem vice histórico de Lula como patrono, mas reúne ícones da direita

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar na próxima semana as modificações da minirreforma na Esplanada dos Ministérios, com a nomeação de novos membros de primeiro escalão em pastas essenciais do governo federal. Na prática, o tão esperado anúncio vai representar o embarque oficial de partidos de centro no governo Lula 3. Entre os destaques, o Republicanos deve assumir o Ministério de Portos e Aeroportos, atualmente comandado por Márcio França (PSB-SP), com o deputado federal Silvio Costa Filho. Como contrapartida, o Palácio do Planalto espera construir a tão esperada base parlamentar, especialmente na Câmara dos Deputados, e garantir, nas palavras de Lula, “mais tranquilidade” para as aprovações das medidas encaminhadas pelo Executivo. Embora prestes a embarcar no governo, o Republicanos enfrenta uma racha interna pela falta de consenso quanto à aproximação com Lula, ainda que, historicamente, líderes partidários e correligionários tenham relações com governos petistas e com o próprio presidente.

Fundado em 2005 por pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, o Republicanos se classifica como um “movimento político conservador, fundamentado nos valores cristãos”, que considera a família como “alicerce da sociedade”, prega a preservação da soberania nacional e da liberdade econômica. A sigla nasceu como Partido Municipalista Renovador (PMR) e, a partir de sugestão de José Alencar, patrono da legenda, mudou para Partido Republicano Brasileiro (PRB) e, posteriormente, para Republicanos. Ocupando a cadeira de presidente de honra, Alencar marcou a primeira eleição da sigla, em 2006, quando chegou à vice-presidência da República ao lado do então presidente Lula. Três anos depois, em 2009, o partido reuniria os dois primeiros senadores Roberto Cavalcanti Ribeiro e Marcelo Crivella, que chegaria à chefia do Ministério da Pesca durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), em 2012. Em 2014, ainda como aliado de governos da esquerda, o Republicanos tomou frente mais uma vez da pasta da Pesca, desta vez com Eduardo Lopes.

No segundo mandato de Dilma Rousseff, mais uma vez o então Partido Republicano Brasileiro estava no primeiro escalão do governo, desta vez com a escolha do então deputado federal George Hilton para o Ministério do Esporte, marcando a clara aliança entre os petistas e o partido do histórico José Alencar. Entretanto, essa relação de proximidade muda de rumos ainda durante o governo Dilma 2, com a votação do impeachment com o apoio unânime dos deputados republicanos. Na sequência, com Michel Temer como presidente em exercício, Marcos Pereira assume o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, cargo que também seria ocupado por Marcos Jorge, em 2018, escancarando o afastamento da esquerda. Nessa toada, a partir de 2019, com Pereira como vice-presidente da Câmara dos Deputados e aproximação do então presidente Jair Bolsonaro (PL), o partido ganha espaço na direita e adesão ao chamado “bolsonarismo”. A aliança com Bolsonaro é reafirmada em 2021, com a indicação de João Roma para o Ministério da Cidadania.

Ainda que tenha nascido aliado de governos petistas, atualmente, o Republicanos reúne incontáveis ícones da direita brasileira e aliados de primeira ordem de Bolsonaro, como o senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão; a senadora e ex-ministra Damares Alves; e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também ex-ministro da gestão anterior. Eles, inclusive, criticam a guinada à esquerda, representada pela nova aproximação com Lula. Questionado sobre a possível adesão do partido do governo, Mourão falou em “golpe duro” aos eleitores e a ele, em particular. E não descarta deixar o partido, em um movimento de debandada liderado pelo deputado federal Luciano Zucco, atual presidente da CPI do MST, que se sente traído com a articulação para esvaziar a investigação parlamentar em meio a negociações com o governo Lula. Como o site da Jovem Pan antecipou, a senadora Damares abriu mão da mudança e deve continuar na sigla, enquanto Tarcísio admite que “não gostaria de ver o partido fazendo parte da base do governo”, mas encara a situação como uma encruzilhada, já que, em caso de desfiliação, seu único caminho seria o Partido Liberal, de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro.

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