InícioEditorialEsportesRenato Paiva tenta alcançar marca que dura 53 anos no Campeonato Baiano

Renato Paiva tenta alcançar marca que dura 53 anos no Campeonato Baiano

Este domingo será um dia histórico. Na final do Campeonato Baiano entre Bahia e Jacuipense, na Fonte Nova, o tricolor precisa de uma vitória para alcançar o 50º título, feito inédito no estado. E o Jacuipense está a um triunfo de erguer o seu primeiro troféu. No banco de reservas, há ainda outra marca significativa que pode ser batida.

Se o Bahia for campeão, por tabela o técnico Renato Paiva quebrará um jejum de 53 anos no futebol baiano, que não vê um técnico estrangeiro vencer desde 1970. O último foi o paraguaio Fleitas Solich, então treinador tricolor. Solich fez carreira em clubes do Paraguai, Argentina e Brasil. 

A passagem mais marcante do paraguaio em solo brasileiro foi no Flamengo, onde conquistou o tricampeonato carioca de 1953 a 1955. O sucesso na Gávea fez ele ser contratado para treinar o Real Madrid de Di Stéfano e Puskás. Já na reta final da vitoriosa carreira, ele chegou ao Bahia, em 1969, e venceu o Baianão do ano seguinte. Desde então, nenhum outro estrangeiro repetiu o feito.

Curiosamente, o próprio Fleitas Solich poderia ter somado mais títulos estaduais no comando do Bahia. O treinador deixou o clube em junho do ano seguinte, com o Baianão em andamento, para dirigir o Flamengo, e o seu substituto, Jorge Vieira, ficou com o bicampeonato. 

Fleitas voltou ao Esquadrão em 1972, em uma passagem relâmpago na qual treinou o time apenas nos dois jogos da final contra o Vitória, que acabou campeão tendo o ótimo trio de ataque formado por Osni, Catimba e Mário Sérgio. A derrocada tricolor ficou marcada por desavenças entre o treinador e o então ídolo Roberto Rebouças, que foi sacado do time. Além disso, foi o único Campeonato Baiano perdido pelo Esquadrão nos anos 1970. No ano seguinte, o clube engatou a campanha do heptacampeonato (1973 a 1979). 

Nos 53 anos que se passaram, quem mais chegou perto de encerrar a seca foi o uruguaio Sérgio Ramírez, treinador do Vitória na final de 1994. Da beira do campo, Ramírez viu Raudinei marcar o gol do empate do Bahia aos 46 minutos do segundo tempo e, assim como toda torcida rubro-negra, saiu da Fonte Nova frustrado.

Após a passagem de Fleitas Solich, o Bahia teve quatro treinadores de fora do país. Os três últimos passaram longe de conquistar títulos. Depois do hepta, em 1979, o argentino Armando Renganeschi assumiu a equipe no Campeonato Brasileiro e foi demitido após 11 partidas.

O compatriota Diego Dabove teve o mesmo caminho depois de apenas seis partidas e só uma vitória na Série A de 2021. Já o português Bruno Lopes comandou o time de forma interina em um duelo, também em 2021, com derrota para o Grêmio. Agora, Renato Paiva terá a chance de fazer história. 

“Temos um jogo em aberto. Estamos em alerta. Jacuipense é uma equipe muito boa. Agora é esperar que a Fonte Nova encha até o teto. Vamos viver os grandes dias da Fonte Nova”, acredita o português.

Na história
Se conquistar o título sobre o Jacuipense, Renato Paiva entrará para uma seleta lista de treinadores estrangeiros vencedores pelo Bahia. 

Ao longo da história, o clube teve dez técnicos de outra nacionalidade. Boa parte entre as décadas de 1940 e 1970. Por dificuldade de registro histórico, a reportagem não conseguiu confirmar todos os títulos conquistados por eles. 

Mas é sabido, por exemplo, que o argentino Dante Bianchi – que também foi jogador do Esquadrão – comandou o time na conquista do Campeonato Baiano de 1947 e no Torneio de Campeões do Norte-Nordeste de 1948. 

Campeão da Taça Brasil de 1959, o também argentino Carlos Volante venceu com o Bahia o Torneio Quadrangular Cidade de Salvador em 1960. 

Último estrangeiro campeão pelo tricolor, Fleitas Solich também faturou o Torneio Antonio Carlos Magalhães em 1970. A competição aconteceu entre o primeiro e o segundo turnos do Campeonato Baiano e, além do Bahia, teve a participação de Vitória, Galícia e Leônico.

O paraguaio também levantou a taça do Torneio Triangular Luís Viana Filho, em 1971, que marcou a reinauguração da Fonte Nova. Bahia, Vitória e Grêmio participaram.

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