Após dois anos em uma trajetória de queda, o rendimento real habitual do trabalho voltou a registrar crescimento. A renda subiu 2,9% em relação ao trimestre anterior, fevereiro até abril, chegando a R$ 2.693, segundo informações divulgadas nesta quarta (31/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O indicador contempla apenas os ganhos com o trabalho, mas não leva em consideração outras fontes como benefícios sociais.
De acordo com o IBGE, o aumento da renda é resultado dos empregadores (6,1%, ou mais R$ 369), dos militares e funcionários públicos estatutários (3,8%, ou mais R$ 176) e dos trabalhadores por conta própria (3% ou mais R$ 63).
Setores beneficiados Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,2%, ou mais R$ 70) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,1%, ou mais R$ 78) são os setores profissionais que tiveram um aumento do rendimento médio real habitual (R$2.693).
Os demais grupos não apresentaram variação significativa. Entre as posições na ocupação, em comparação com o trimestre encerrado em julho de 2021, o único aumento com variação significativa foi o de trabalhadores domésticos (2,7%, ou mais R$ 27).
Apesar do avanço, os dados da renda ainda demonstram fragilidade na comparação com outros períodos da série histórica. O novo valor é o segundo menor da série histórica para o trimestre até julho, superando apenas o verificado em igual período de 2012 (R$ 2.685).
Desemprego A taxa de desemprego no país recuou para 9,1% no trimestre encerrado em julho. Esse é o menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando a taxa também atingiu o patamar de 9,1%.
Mas a falta de trabalho ainda atinge 9,9 milhões de pessoas, menor nível desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
A taxa de desemprego estava em 10,5% no trimestre até abril, período mais recente da série histórica comparável. De acordo com o atual estudo do IBGE, o contingente de pessoas ocupadas alcançou 98,7 milhões, recorde da série histórica iniciada em 2012. A alta foi de 2,2% (mais 2,2 milhões) ante o trimestre anterior.
O levantamento retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Conforme o IBGE, o número de desocupados chegou a romper a faixa dos 15 milhões no começo de 2021, sob efeito da pandemia.
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a reabertura da economia, o desemprego passou a ceder, porém, continua ameaçado pela realidade de inflação alta e pelas incertezas do período eleitoral.
Até o primeiro turno das eleições, marcada para 2 de outubro, haverá mais uma divulgação da Pnad, prevista para 30 de setembro. A nova edição contemplará dados até agosto.
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