InícioEditorialRevenda de peças e pneus treinava mecânicos para condenar carro de clientes

Revenda de peças e pneus treinava mecânicos para condenar carro de clientes

Interditada pelo Procon do Distrito Federal por enganar clientes e cobrar serviços extras, a Grid Pneus, loja de revenda e manutenção de pneus, treinava mecânicos para condenar peças de automóveis de clientes e, como recompensa, oferecia comissão. As acusações são de um ex-funcionário do estabelecimento, que procurou a reportagem pelo Instagram. Nesta terça-feira (24/5), as duas unidades da Grid, localizadas nas Asas Sul e Norte, foram fechadas em uma operação conjunta do Procon-DF e da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Na denúncia, o homem relata que, mesmo se o carro for novo, ele sempre estará “destruído”. “Somos todos incentivados para vender, vender e vender em grupos do zap (whatsapp), e todos sabem que assim querem fazer com o cliente, que pague tudo que conseguir, arranca deles. Só falam em margem, margem de lucros”, desabafou.
O ex-funcionário também acusa os proprietários da Grid de administrarem outras lojas no DF e cometer os mesmos crimes. Por fim, o homem disse que se arrepende por ter, de certa forma, participado de certas situações na empresa.
A diretora-geral substituta do Procon, Vanessa Pereira, explica que, em regra, os clientes chegam à loja para fazer um serviço, como, por exemplo, trocar pneus. Na ocasião, o estabelecimento oferecia uma série de outros serviços alegando que os veículos estavam com ‘n’ problemas, cobrando valores para manutenções que os carros dos consumidores não precisavam. “Na maioria das vezes, eles não realizavam esses serviços extras que foram cobrados, até porque os veículos sequer tinham, de fato, os problemas apontados. Encontramos ordem de serviço no valor de R$ 20 mil para um Celta, praticamente o valor do automóvel”, detalhou.
Durante a operação, os fiscais do Procon encontraram vários veículos para manutenção sem qualquer orçamento ou ordem de serviço. Também não existia tabela de preço única para os consumidores. O Procon identificou, verificando as notas fiscais, que as lojas aplicavam preços diferentes para o mesmo tipo de serviço para cada cliente, de acordo com o perfil.

Reclamações

Segundo o Procon, entre as queixas dos consumidores estão a venda casada de produtos e serviços; a negativa de prestação de serviços sem justificativa; a realização de serviços sem solicitação prévia; a indução de consumidores ao erro se prevalecendo da vulnerabilidade de idosos; a exigência de valores abusivos por serviços prestados sem orçamento prévio e sem autorização expressa dos consumidores; publicidade enganosa, entre outros.
Com a decisão do Procon, as lojas estão com as atividades interditadas por tempo indeterminado. A empresa tem direito a apresentar defesa, sem efeito suspensivo da interdição, em até 10 dias a partir desta terça (24/5). A reportagem tenta localizar a defesa do estabelecimento. O espaço permanece aberto para manifestações.
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