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Sem saideira: o que explica a noite cada vez mais curta de Salvador?

Morador do Corredor da Vitória desde 1978, o escritor João Mendonça, de 46 anos, sempre se inspirou no que acontecia no bairro para escrever suas crônicas. O papo com a baiana de acarajé, a vivacidade dos estudantes do Colégio Odorico Tavares,  a parada na banca de revistas, os espetáculos na Acbeu (Associação Cultural Brasil – EUA). De tudo se fazia texto.  A noite também inspirava: começava no café do Goethe, continuava no bar Quintal, em frente ao Campo Grande e, não raro, terminava no Beco dos Artistas, Garcia. De uns anos pra cá, João tem acompanhado com tristeza o fechamento de diversos locais, o esvaziamento das ruas do Centro e uma vida noturna sem a efervescência de outros tempos. 

“A Acbeu, o Beco dos Artistas e o Odorico Tavares fecharam; as baianas aposentaram os tabuleiros; e o café do Icba não está funcionando. Quando dá 19 horas, a gente praticamente não vê mais movimento na rua. Isso é muito estranho pra mim, que sempre curti a noite daqui”, conta Mendonça. 

O Goethe continua funcionando, com aulas e atividades culturais, mas o seu Café fechou durante a pandemia. A boa notícia é que em setembro vai reabrir como Fausto Bistrô e Cafés. O bar Quintal Raso da Catarina está com horário de funcionamento recuado. Se antes o histórico bar, inaugurado há 42 anos, funcionava até as 2h da madrugada, agora, só vai até 23h. 

Bares recuam no horário de encerramento e clientes precisam voltar mais cedo pra casa (Foto: Sora Maia/CORREIO)

“Estamos fechando mais cedo, sim. Primeiro, porque o toque de recolher devido a pandemia mudou o hábito do baiano, que retorna pra casa também mais cedo”, avalia Jorge Queiroz, proprietário do Quintal há três décadas. “Segundo: antes havia uma certa facilidade de mobilidade com os pernoitões, ônibus que circulavam até mais tarde. Hoje, a partir das 22h é difícil achar transporte público. Mesmo pegar carro por aplicativo de madrugada é uma dificuldade”, emenda. 

Ele e outros donos de bares, restaurantes e lanchonetes de Salvador apontam a insegurança e, consequentemente, a falta de transporte público como um dos principais fatores para o encerramento das atividades cada vez mais cedo. A dificuldade não é apenas para os clientes, mas, também para os trabalhadores, bem como para os empresários, que precisam arcar com os custos do transporte particular para seus empregados. 

Cosme Almeida dos Santos, 21, está há um ano e três meses no Parador Z1, no Largo da Dinha. Morando em Itapuã, ele encerra o turno de trabalho às 22h em ponto para pegar um dos últimos ônibus na orla do Rio Vermelho. “Se eu passar do horário, complica”, diz. Caso precise ir até mais tarde por conta do movimento, a volta para casa do jovem garçom é bancada pelo patrão: “Ele paga o uber da gente”. 

O mesmo acontece com Washington Ramos, o popular Jamanta, 56. Há 10 anos no Bagacinho, Barra, quando precisa esticar o expediente até depois da meia-noite, o garçom vai pra casa com carro de aplicativo pago pelos patrões. No geral, ele costuma voltar de ônibus pro Cabula, bairro onde mora. Jamanta sai às 23h para pegar o transporte de 23h15. Se perder o veículo nesse horário, já era. “O ideal era ter ônibus até pelo menos meia-noite, pra gente não precisar ir pro ponto correndo e também para contemplar os trabalhadores de outros bares, que saem mais tarde, além do pessoal do shopping”, alega.  

A Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) informou que os ônibus circulam até meia noite e, nas estações de transbordo, os últimos saem para os bairros até 1h, por conta da chegada da última viagem do metrô.  De janeiro a julho deste ano, foram transportados 102.867.701 passageiros. 

Caminho de casa
Débora dos Santos, 32, não vai passar perrengue para voltar pra casa. Funcionária da lanchonete Larica – filial do Rio Vermelho – ela cumpre escala das 18h30 às 6h30. “Como nesse horário já tem ônibus circulando, é tranquilo ir embora”, conta a atendente de caixa, animada em seu primeiro dia de trabalho. Com sede na Pituba, o Larica resiste como um dos poucos estabelecimentos que funcionam o dia todo em Salvador. 

Conhecidos redutos dos ‘inimigos do fim’, locais como o Sucão 24h da Barra e o Caminho de Casa, no Itaigara, passaram a ter horário de encerramento. Em três décadas desde a sua inauguração, essa é a primeira vez que Marcelo Goes Lerner, dono do Caminho de Casa, tem que dar aquele desagradável aviso aos clientes: “Pessoal, a cozinha vai fechar!”. Ele acredita que as limitações impostas pela covid alteraram o comportamento dos moradores de Salvador quanto às saídas noturnas. Dificuldade financeira e de segurança pública também entram no pacote. 

“A pandemia deixou muitos problemas. Tivemos que diminuir o quadro de funcionários, o povo tá sem dinheiro, as coisas estão mais caras e a gente vê, cada vez mais, as pessoas fazendo reuniões em casa com os amigos por falta de segurança pública”, analisa Marcelo. 

Para o superintendente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Salvador e Litoral Norte (SHRBS), Gilberto Marquezini, de fato, os bares e botecos de bairro estão se fortalecendo: “As pessoas estão querendo beber e se divertir mais perto de casa. Elas não estão tão dispostas a saírem de suas ruas, por falta dinheiro para transporte, por falta de transporte, por conta das blitze e devido a violência. Claro que, pontualmente, elas ainda se deslocam para outros bairros, principalmente os turistas, mas quem vive a cidade prefere estar próximo de casa”. 

Morador da Paralela, o gastrólogo Valdo Nascimento, 39, endossa a fala de Marquezini: “É massa curtir a boemia do Rio Vermelho, gosto de sair com a esposa e com os filhos, mas tenho saído muito pouco e, quando saio, prefiro ficar por perto. Um dos fatores é a deficiência para estacionar em muitos locais da cidade. Se você estaciona e paga, muitas vezes ainda é multado, e tem que recorrer. É uma dor de cabeça danada. Sem contar que Salvador virou uma cidade muito cara”, afirma. 

Violência
A questão da segurança pública foi um dos tópicos mais citados entre as fontes dessa matéria. Mesmo quem menciona outros fatores acaba chegando à conclusão que a sensação de insegurança limita muito o ir e vir. A designer Fabrícia Gonçalves, 35, costuma sair com os amigos às sextas e sábados. Antes adepta da noite soteropolitana, agora ela diz ter mudado:

“Hoje em dia, eu prefiro sair mais cedo e voltar mais cedo e ir para a casa de amigos, ao invés de bares, porque não me sinto tranquila na rua de madrugada. Ainda mais sendo mulher”, lamenta ela, que, como forma de aumentar a segurança, quando pega transporte por aplicativo compartilha as viagens. 

A motorista de Uber Islane da Silva, 34, começou a transportar passageiros ainda em Brasília, sua cidade natal, onde atuou por quatro anos. Lá, ela diz que se sentia mais segura. Na capital baiana, prefere trabalhar durante o dia. “Estou há um ano como Uber aqui. Mesmo de dia, eu me sinto exposta, por ser mulher. Quando preciso ficar um pouco mais, levo até a meia-noite. É o meu limite. Tenho duas filhas e meu medo é não conseguir voltar pra casa”, desabafa. O marido de Islane também é motorista por aplicativo e já passou por situações de terror. Em uma delas, teve a cabeça na mira de um fuzil. Só foi liberado depois que o bandido viu a foto da filha pequena do rapaz no celular. 

Antônio Carlos Corujeira administra há 30 anos o clássico bar Cruz do Pascoal, no bairro do Santo Antônio. Ele garante ser esse um dos momentos mais complicados no que se refere à segurança pública: “Tá bem pior! Como tem pouca movimentação nas ruas, existe maior risco de assalto”. As portas do estabelecimento de 80 anos são fechadas entre 23h e meia-noite, mas Antônio gostaria de ficar com o bar aberto até depois desse horário: “O problema é não ter segurança. As pessoas ficam com medo de sair”. 

No Bar do Lula, em frente à Cruz do Pascoal, Josenilda Jesus da Silva diz que existe ronda policial, mas seria necessário um reforço maior na segurança para coibir a ação de assaltantes na região. “Vem acontecendo muitos assaltos no Santo Antônio. Nós, donos dos estabelecimentos, estamos instalando câmeras para intimidar os bandidos e ‘sacizeiros’. Gostaríamos mesmo que ficasse uma viatura aqui até que os bares e restaurantes fechassem. É um apelo que nós fazemos já há um tempo”, garante.

Essa é também uma das demandas mais antigas, e ao mesmo tempo, mais atuais da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), núcleo Bahia, que conta 13 mil restaurantes em Salvador. “Existem diálogos, solicitações, reivindicações com o poder público, e algumas ações que são pontuais, resolvendo situações específicas e/ou num determinado período. Mas o problema em si não é resolvido. Chegamos ao ponto de liderar o triste ranking de estado mais violento do país”, reclama Leandro Menezes, presidente da Abrasel-BA. 

Vítima de assalto em junho, em um Café na Pituba, Aila Cabral não desanima. A psicóloga acredita ser necessário que a população se apodere do espaço público: “Eu penso que nós precisamos viver a cidade, circular, ocupar os bares, praças e, com isso, aumentar a sensação de segurança”.

Ainda na Pituba, o dono do Bar do Canal, Jenivaldo Amorim da Cruz, o Jeni, afirma ter passado por maus momentos no primeiro semestre deste ano, quando houve a onda de arrastões nos bares e restaurantes do bairro e em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana. Seu estabelecimento não chegou a ser assaltado, mas a sensação de terror se espalhou. “Os moradores da rua pensaram até em contratar segurança particular, com ronda e viatura fixa, mas não chegou a ser necessário. Agora, melhorou bastante a questão da segurança. Temos viaturas circulando com  frequência”, conta. 

Em julho, sete homens foram presos e um adolescente apreendido, no bairro de Tancredo Neves, em uma operação da Polícia Civil que visava combater crimes contra o patrimônio, como roubos. Eles eram suspeitos de cometer as ações na Pituba e em Lauro de Freitas, que culminou com a morte de um militar da Marinha em uma pizzaria do município. 

Procurada pela reportagem do Correio, a Polícia Civil informou que, por meio da Operação Visão, do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), são realizadas ações contínuas em horários extraordinários, finais de semana e feriados, visando à repressão de furtos, roubos e outros crimes do tipo. “Desde sua deflagração, em abril, até julho deste ano, foram abordadas mais de mil pessoas e realizadas 50 prisões, entre cumprimentos de mandados e prisões em flagrante. Além disso, foram recuperados 98 veículos, entre automóveis e motocicletas, e apreendidas seis armas de fogo”, diz a nota. Desde 21 de julho, a Polícia Civil realiza a Operação Purgato, que tem como objetivo reprimir furtos, roubos e outros crimes no Centro de Salvador. Oito conduzidos já foram presos em flagrante.

Já a Polícia Militar destaca que o Comando de Policiamento Regional da Capital (CPRC) Atlântico, instituiu a Operação Acauã, intensificando, assim, as ações de patrulhamento na prevenção a crimes contra pessoas e estabelecimentos comerciais. “Entre 17 de maio e 11 de agosto foram realizadas visitas a mais de 18 mil estabelecimentos comerciais, tendo prendido em flagrante 22 pessoas e apreendido 12 armas de fogo”, afirma, por e-mail.  

Este ano, os shoppings registraram aumento na busca dos clientes por bares e restaurantes. No Salvador Shopping, em julho, houve um incremento de 22% de público, em comparação ao mesmo mês do ano passado. No Shopping Bela Vista, o crescimento foi de 10% no fluxo de pessoas nas operações de alimentação.

“Isso se deveu muito ao fim das restrições pós-pandemia, a busca por um local que também oferecesse outros serviços e lazer (além dos bares e restaurantes),  facilidade de estacionamento e pelo shopping transmitir uma sensação de maior segurança”,  afirma Juliana Brandão, gerente de Marketing do Shopping Bela Vista. 

Respeito à vizinhança
Uma volta rápida pela orla da Barra, onde se concentram bares e restaurantes, descortina uma noite mais contida, bem diferente daquela dos tempos em que rolavam shows nos clubes Espanhol e Bahiano de Tênis, boates como Off e Gloss funcionavam a todo vapor e, mais recentemente, o rock do Groove Bar comandava. Às 23h de uma terça-feira não é possível encontrar mais muitas opções nem mesmo para um jantar romântico ou uma cerveja informal. Já durante o dia, principalmente aos finais de semana, o movimento é visível. 

Portas fechadas mais cedo também para não incomodar os vizinhos (Foto: Sora Maia/CORREIO)

Sócia e administradora do Bagacinho, Karla Baqueiro fecha o bar em horários diferentes ao longo da semana, mas a ideia é não passar das 23 horas, por conta da vizinhança. “Às vezes, a gente estica, geralmente às sextas, mas procuramos não nos estendermos muito, em respeito à vizinhança, que é formada também por pessoas mais velhas”, conta. Um dos princípios do estabelecimento, que este ano completa 10 anos, é também não ter música ao vivo, apenas som ambiente. 

No Santo Antônio Além do Carmo, Murilo de Alcântara encerra as atividades do Café e Cana relativamente cedo: ao longo da semana, às 23h; sextas e sábados, à meia-noite. “A localização do bar é residencial. Temos que respeitar a vizinhança”, explica. 

Depois de embates históricos com moradores, os proprietários dos 20 quiosques localizados na Avenida Jorge Amado, no Imbuí, hoje em dia procuram evitar conflitos. Nívia Andrade, dona do quiosque Portal do Imbuí, fecha à meia-noite, durante a semana, e vai até as 2h aos finais de semana: “Tem quem avance até umas 3h, 4h, para atender ao pessoal mais jovem, mas, no geral, fechamos mais cedo do que antigamente”. 

O fervo
Segundo a professora de Turismo da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Emília Salvador Silva, os bares e restaurantes de Salvador nunca ficaram abertos até muito tarde. Isso se dá também porque somos uma capital com praia e intensa iluminação solar, com atrativos que funcionam de dia. “O turista tem uma programação diurna, que ele quer cumprir. Ele vem com roteiro, quer visitar o Bonfim, o Mercado Modelo, as praias do Litoral Norte, e se ele ficar até mais tarde pode prejudicar essa dinâmica no outro dia. Normalmente, as atividades são diurnas numa cidade de praia como a nossa”, explica ela, que já foi presidente da antiga Bahiatursa – antiga Empresa de Turismo da Bahia e agora Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia. 

Mesmo diante dos percalços citados, notívagos e notívagas de Salvador, não desanimem! Há vida na madrugada. Em Paripe, Subúrbio da cidade, o fervo acontece na Rua Doutor Eduardo Dotto, onde um complexo de bares funciona até mais tarde. Em sua página no Instagram, o Q´Delícia sinaliza portas abertas das 11h à meia-noite, mas esse horário pode se estender até 1h, 2h, 3h, 4h, e por aí vai. “Aqui, enquanto tiver cliente, tem atendimento”, garante Luana Anselmo, gerente da casa, que diz receber pessoas de vários bairros da cidade.

Anderson Simplício, 33, da página Belezas do Subúrbio, diz não encontrar muita gente de outros bairros, mas a região tem muitas opções pra curtir a noite, principalmente em Paripe e Priperi. “Além dos preços mais em conta, o Subúrbio de Salvador é a cara das periferias: tem festa de paredão e, por estar próximo de casa (quem frequenta mora por ali mesmo), existe uma sensação maior de segurança”.  

Anderson Simplício, do Belezas do Subúrbio não é muito de noitada, mas observa uma noite pulsante no Subúrbio (Divulgação)

Ali pertinho, depois de encerrar o expediente no Acarajé da Drica, onde trabalha até as 22h, Letícia Souza, 24, vai em casa dar um tapa no visual e, em seguida, ruma para o Q´Delícia: “Só saio de lá no lixo”, brinca. 

Os outros até tentam, mas o vencedor da boemia continua sendo o Rio Vermelho. É no bairro onde moraram Jorge Amado e Zélia Gattai que a magia da noite acontece. E se, no geral, durante a semana, sua vida noturna parece ter uma cadência mais tranquila, a partir da quinta-feira, seus largos e ruas pulsam, repletos de moradores e turistas. 

DJ Telefunksoul: por mais festas de dia, na praia (Foto: Fernanda Tourinho/ divulgação)

DJ da Borracharia e do Bombar RV, espaços que ficam abertos até de manhã no Rio Vermelho, Telefunksoul afirma que Salvador continua fervendo, as festas existem e as pessoas estão até saindo mais. Segundo ele, que trabalha na noite de Salvador há mais de 20 anos, o que tem o ocorrido é uma renovação do público noturno. “O público pra quem eu tocava há 20 anos já casou ou tá só indo pra barzinho ou não tá saindo de casa. A nova geração aguenta até de manhã”, avalia. “Mas, seria massa também ter festas que terminassem mais cedo, porque a gente aproveita o dia, aproveita a noite e ainda tem um restinho de sono. Acho que seria bem legal se ocorressem eventos à tarde, na praia”. Fica a dica para os empresários, produtores e o poder público.

***

Confira locais que vão até altas horas

BOTECO RV – Largo de Santana, Rio Vermelho

24h

(71) 3335-3143

LARICA LANCHES – Av. Paulo VI, 266, Pituba; Rua da Paciência, 116, Rio Vermelho  

24h 

@laricalanches

CASA DA MÃE – Rua Guedes Cabral, 81, Rio Vermelho

De segunda a quinta-feira até 1h30; aos finais de semana 

até 3h30 

@casadamaeoficial 

VILA CARAMURU (Antigo Mercado do Peixe) – Praça Caramuru, Rio Vermelho

Até 3h 

@vila_caramuru

A BORRACHARIA – Rua Conselheiro Pedro Luiz, 101, Rio Vermelho 

Abre 23h59 e vai até 5h 

@aborracharia

BOMBAR RV – Rua Canavieiras, 24, Rio Vermelho 

18h às 3h 

@bombarrv

RESTAURANTE E PIZZARIA Q´DELÍCIA – Rua Doutor Eduardo Dotto, 46, Paripe

Até o último cliente

@qdeliciaparipe 

KOMBI 4 RODAS – Av. Amaralina, Casa das Pedras, 78, Amaralina 

18h às 4h 

@kombi_4rodas

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