As brasileiras Kátyna Baia e Jeanne Paolini já não têm nenhum débito com a justiça alemã. O Ministério Público da Alemanha encerrou as investigações após oito meses. Apesar do sentimento de alívio, ainda permeia a indignação com tanta demora para solucionar o caso em que elas, comprovadamente, foram inocentadas. Em conversa com a Jovem Pan, Kátyna disse sentir “uma sensação de alívio”. “Parece que tirou uma tonelada das nossas costas”, relata. No entanto, ela conta que ao longo de todo esse tempo, a Justiça alemã foi “arbitrária” e não falava com clareza o porquê da demora em encerrar o caso. O episódio aconteceu em março. Com a indefinição do processo, a brasileira conta que recentemente não pôde acompanhar uma atleta que ela treina no Mundial de Triathlon Ironman 2023, que aconteceu na Finlândia – como o país fica na Europa e o caso ainda estava em aberto, ela estava com receio de viajar para o continente.
Por outro lado, Kátyna diz que a agilidade do Brasil em provar a inocência dela e da companheira Jeanne Paolini foi fundamental. “Preciso destacar a agilidade da Polícia Federal, do Governo Federal e do Itamaraty. Eles foram muito rápidos em enviar toda a documentação, prenderam os culpados. Enquanto lá ninguém foi preso”, reforçou. No próximo mês, a defesa das brasileiras irá pedir indenização. Pela lei local, quando há uma prisão injusta, deve ser pago um valor de 75 euros. Portanto, como elas ficaram 38 dias presas, devem receber o equivalente a R$ 15,3 mil.
A defesa de Kátyna e Jeanne irá ajuizar outras ações indenizatórias, como explica a advogada do casal Chayane Kuss de Souza. “Essa decisão é muito importante porque encerra formalmente a questão e nos autoriza a já entrar com as ações indenizatórias que elas merecem. Tanto para reaver valores perdidos, como os valores gastos com a viagem, passagens e etc, tanto os valores que elas deixaram de auferir por terem sofrido essa violação tão grave a seus direitos e garantias fundamentais. O abalo moral e traumas também serão discutidos juridicamente”, acrescenta. As brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini ficaram detidas 38 dias em uma prisão de Frankfurt, após terem suas malas trocadas por bagagens com drogas no Aeroporto de Guarulhos.