O homem de 59 anos que teria desviado de R$ 800 mil do caixa de uma empresa de turismo onde trabalhava enviou uma carta aos ex-patrões tecendo ameaças e prometendo destruir a reputação da agência caso não recebesse R$ 700 mil em troca de “não divulgar segredos” que comprometeriam a credibilidade do estabelecimento comercial.
Em um trecho, o autor a extorsão chega a acusar os antigos chefes de desvio de dinheiro. “Já pensou perder a mamatinha dos vinhos caros, das viagens caras, da comida boa que você desfruta todo dia naquela mansão construída desviando dinheiro da agência?”, diz o suspeito na carta.
Em outra parte do documento, o suspeito determina a forma como o montante deveria ser separado pelas vítimas. “Transfira R$ 300 mil para conta. Você tem os dados dele, para compensar o tempo que ele perdeu aí, pelos danos morais e pelo temo que ele falta para a aposentadoria dele. Você tem os dados dele no sistema aí que eu sei”, ressalta o criminoso, não explicando a quem se referia.
Leia a carta na íntegra:
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Dinheiro no Conic
Na segunda fase da extorsão, o ex-trabalhador explica como as vítimas deveriam agir para entregar uma parte em espécie. “Numa caixa muito bem fechada, contendo notas de R$ 50 e R$ 100 usadas, não podem ser novas, o valor de R$ 400 mil e deixar em frente à entrada do Conic, no dia 4 de abril, segunda-feira. Às 14h eu vou estar lá aguardando”, aponta o texto da carta.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) segue investigando o homem. O ex-funcionário foi alvo de mandado de busca e apreensão, cumprido por agentes da 5ª Delegacia de Polícia (área central), na sexta-feira (3/6). A ordem judicial foi expedida pela 6ª Vara Criminal de Brasília. Os crimes investigados são de extorsão e coação no curso de processo.
“Durante as investigações, o homem foi intimado a comparecer para prestar sua versão dos fatos. No entanto, apesar de intimado várias vezes, não se apresentou. Em vez disso, ele novamente enviou uma carta com ameaças, exigindo que a vítima retirasse o inquérito policial para que os segredos da empresa não fossem divulgados nas redes sociais. Desse modo, o envolvido foi indiciado por extorsão e coação no curso do processo”, explicou o delegado-chefe da 5ª DP, Gleyson Mascarenhas.
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