O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou um vídeo nas redes sociais ao lado de evangélicos que se declaram ex-trans para se defender após fala no plenário da Câmara dos Deputados em que ironizou mulheres trans no Dia Internacional da Mulher (8/3).
O grupo chamado de “minoria da minoria” é formado por líderes evangélicos que pedem doações para realizar cirurgias para desfazer a transição de gênero.
No vídeo postado em suas redes sociais, Nikolas se declara como um “transformado, uma pessoa que realmente foi alcançado por Jesus”. O deputado afirmou que foi apontado como homofóbico e transfóbico após colocar uma peruca e dizer que “se sente mulher”.
Confira:
Fui procurado pela minoria da minoria. Ajude-os! pic.twitter.com/OjLbMI3J9b
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) March 15, 2023
Relembre o casoNo Dia Internacional da Mulher (8/3), o deputado federal de Minas Gerais subiu na tribuna da Câmara dos Deputados com uma peruca e afirmou que mulheres trans estão roubando o lugar de pessoas cisgênero, indivíduo que se identifica com o seu sexo biológico.
“Me sinto mulher, deputada Nicole, e tenho algo muito interessante para poder falar. As mulheres estão perdendo o seu espaço para homens que se sentem mulheres”, afirmou o deputado na ocasião.
Nikolas Ferreira coloca peruca na tribuna da Câmara para criticar mulheres trans. “Deputada Nicole”.
Deputado eleito por Minas Gerais foi o mais votado do país nas eleições de outubro. pic.twitter.com/JVYTTu634u
— Metrópoles (@Metropoles) March 8, 2023
RepercussãoA petição proposta pela deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) pela cassação do mandato de Nikolas Ferreira bateu a marca de 360 mil assinaturas. A campanha digital entrou no ar no último dia 9 de março após o discurso do parlamentar que ironizou as mulheres trans.
Erika Hilton é uma das primeiras mulheres trans eleitas para o Congresso Nacional e luta pelos direitos das pessoas LGBTQIA+.
Segundo a deputada, a petição será entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). “A transfobia é crime equiparado ao crime de racismo e o Congresso Nacional é um espaço para vocalizar a defesa dos nossos direitos, não ataques preconceituosos às mulheres brasileiras. Nikolas Ferreira cometeu o crime de homotransfobia. Já apresentamos uma notícia-crime contra o deputado no STF [Supremo Tribunal Federal]”, diz a apresentação do abaixo-assinado.