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Você sabe quais são as doenças mais frequentes no verão? Veja como se proteger

A estação mais quente do ano chegou, e mesmo com dias de chuva o calor é tamanho que deixa os espaços entre os dedos e a virilha encharcados de suor facilitando a proliferação de fungos. O sol queima a pele provocando lesões, o sal da água do mar e o cloro da piscina irritam os olhos abrindo caminho para uma conjuntivite, além dos casos de otite, dengue, zika e Chikungunya. Mas nem tudo é tão ruim quanto parece.

Na hora de montar o kit para sair de casa no verão, o que você coloca na bolsa ou na mochila? Além da máscara e do álcool em gel que viraram hábito na pandemia, os médicos aconselham a encontrar um lugar para o filtro solar, um par de meias e talco. A dermatologista Camila Sampaio Ribeiro é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da International Society of Dermatopathology e explica:

“Nessa época do ano a gente percebe um aumento no número de casos de Tinea Versicolor, conhecido como ‘pano branco’. Como todo fungo, ele gosta de ambientes quentes e úmidos, por isso, é importante evitar usar roupa molhada por muito tempo já que regiões como virilhas e espaço entre os dedos são locais propícios”, afirma Ribeiro.

Quem tem sudorese deve trocar de meias e usar talcos específicos para evitar que a pele fique molhada e abafada e provoque micose, e a recomendação para quem faz atividade física é tomar banho para evitar que o suor seque no corpo. Camila é sócia da clínica InDerm e contou que casos de queimadura ainda são comuns no consultório.

“Mesmo com toda a recomendação médica já conhecida as pessoas ainda descuidam. O protetor solar deve ser usado diariamente, deve ser reposto a cada 3h ou toda vez que sair do mar ou da piscina, e precisa ser espalhado por todo o corpo. Pessoas com pele branca devem escolher sempre fator acima de 50”, disse.
Segundo as projeções do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2023, a Bahia deve registrar 69,87 casos de não melanoma, tipo mais comum de câncer de pele no Brasil, para cada 100 mil habitantes. Já os casos de melanoma devem representar 1,64 para a mesma proporção.

Como nos olhos não é possível passar protetor os óculos escuros cumprem essa função. O oftalmologista da Oftalmoclin Frederico Faiçal explica que a lente precisa ter proteção contra radiação ultravioleta A e B. “Assim como o sol queima a pele, ele também provoca danos aos nossos olhos. Quando estamos expostos a luz nossa retina fecha. Quando usamos óculos escuros, ela dilata, por isso, se os ósculos não são de qualidade, os raios ultravioletas atravessam a lente e atingem nossa retina, provocando uma série de danos”, afirmou Faiçal.

Na água a recomendação é sempre usar óculos de mergulho para proteger os olhos contra o salitre do mar e o cloro da piscina. Caso apresente vermelhidão, sensação de areia, fique lacrimejando ou sensível à luz (fotofobia), por mais de 30 minutos, é preciso procurar ajuda médica. “E nunca coçar os olhos, porque pode machucar a córnea, a mão suja pode provocar uma infecção, e aumenta o risco de descolamento de retina. A recomendação é usar água para acabar com a coceira. Estamos falando de casos agudos, mas são medidas simples que tem resultado também a longo prazo”, disse Faiçal.

Crianças e adultos
Toda vez que vai à praia a professora Marcela Gonçalves, 36 anos, trava uma batalha para retirar o filho Davi, 8, da água. “Ele não quer saber de mais nada, só sai para comer, e depois de eu insistir, e quando termina já volta para a água. Não dá nem tempo de repor o filtro solar. Quando está com os primos, então, é uma guerra perdida”, contou.

Esse é outro risco que acomete os pequenos, porque o tempo de exposição na água do mar ou da piscina pode provocar a inflamação do canal do ouvido, a chamada otite. O diretor médico do Otorrino Center, André Apenburg, explica que os sintomas mais frequentes são sensação de ouvido tampado, coceira, secreção e dor para movimentar a orelha. O tratamento é feito à base de anti-inflamatório.

“É preciso ter atenção redobrada com o tempo de exposição das crianças, evitar o contato com águas contaminadas, nas piscinas e nas praias, e enxugar bem a ouvido após o banho. Se houver a presença de areia ou algum objeto estranho, em hipótese alguma, tentar remover. Procure ajuda médica”, explicou.
O uso de cotonetes também não é recomendável, porque a cera ajuda na proteção do ouvido. A limpeza deve ser feita com o dedo até onde for possível.

Já a água parada em reservatórios e recipientes se transforma em criadouro para o Aedes Aegypti. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), em 2022, a Bahia registrou 57,3 mil casos suspeitos de dengue, 24,1 mil de Chikungunya e 2,7 mil de zika. As arboviroses são responsáveis por deixar postos e outras unidades de saúde lotadas nesse período, sendo mais uma doença que preocupa no verão.

Infecções alimentares 
Comer fora de casa no verão exige cuidado. A gastroenterologista do Itaigara Memorial e sócia titular pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, Alice Cairo, chama a atenção para as gastroenterites, inflamação no tubo digestivo, no estômago e no intestino.

“No verão são mais frequentes as festas em que os alimentos são preparados em grande escala. O acondicionamento e a manipulação inadequados podem provocar intoxicações. Além disso, existem os quadros virais, mas eles são mais brandos”, explicou. Alimentos como frutos do mar, com lactose ou à base de ovo devem ter o cuidado redobrado, porque possuem substâncias que facilitam a proliferação de bactérias. Já as bebidas alcoólicas precisam ser moderadas.

“Uma ressaca dura em média 24 horas, com uso de analgésico. Quando os sintomas persistem e estão concentrados no abdômen, como vômitos, náuseas, dores e diarreia é preciso buscar ajuda. A recomendação é sempre estar hidratado, consumir alimentos leves e bem acondicionados, e alternar as bebidas alcoólicas com água”, afirmou Cairo.  

Todos os especialistas orientam que as pessoas visitem os consultórios ao menos uma vez por ano. Para pacientes com histórico de doenças ou que apresentam outra enfermidade esse prazo é mais curto e alterna de acordo com cada caso.

Confira as doenças mais frequentes no verão:

  • Pano branco – manchas na pele provocada pela proliferação de fungos;
  • Insolação – queimadura provocada pelo excesso de exposição ao sol;
  • Câncer de pele – produto do excesso recorrente de sol ou de questões hereditárias;
  • Conjuntivite – pode ser causada por alergias ou por uma infecção bacteriana ou viral;
  • Olho seco – resultado de desidratação e falta de cuidado com os olhos;
  • Otite – inflamação do canal do ouvido pelo excesso de exposição à água ou sujeira;
  • Intoxicação alimentar – provocada por alimentos mal acondicionados ou manuseados;
  • Desidratação – fruto da pouca ingestão de água e do excesso de bebida alcóolica;
  • Arboviroses (dengue, zika e Chikungunya) – disseminada pelo mosquito Aedes Aegypti;
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