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Filiado ao União Brasil, Moro diz que abre mão de candidatura à Presidência

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro confirmou que abriu mão de se candidatar à Presidência da República nesta quinta-feira, 31. Em um breve texto publicado em suas redes sociais, Moro confirma que deixou o Podemos e se filiou ao União Brasil, e que não concorrerá ao cargo mais importante do país. O ex-juiz da Operação Lava Jato afirma que trabalhará para viabilizar uma candidatura única do “centro democrático”. “O Brasil precisa de uma alternativa que livre o país dos extremos, da instabilidade e da radicalização. Por isso, aceitei o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para me filiar ao partido e, assim, facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única. A troca de legenda foi comunicada à direção do Podemos, a quem agradeço todo o apoio. Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor”, diz a íntegra da nota divulgada nas redes sociais.

As conversas entre Moro e União Brasil vinham acontecendo há algumas semanas, mas a decisão de deixar o Podemos surpreendeu os então aliados. À Jovem Pan, os senadores Jorge Kajuru (GO) e Álvaro Dias (PR) disseram que o ex-juiz escolheu um novo caminho para ter mais estrutura partidária e recursos financeiros para turbinar sua postulação ao Palácio do Planalto. Apesar disso, o deputado federal Alexandre Leite, tesoureiro do União Brasil em São Paulo e uma das principais lideranças da legenda no maior Estado do país, afirmou à reportagem que Moro será candidato a deputado federal por São Paulo nas eleições deste ano. Em um comunicado divulgado à imprensa, Leite diz que o ex-juiz “vem para o União com a expectativa de ser um dos deputados mais votados da história do país”. Embora negasse a possibilidade de abrir mão de sua candidatura presidencial, o entorno de Moro trabalhava para viabilizar um plano B, que seria acionado caso o presidenciável não decolasse nas pesquisas de intenção de voto. Nos levantamentos realizados até o momento, ele oscilou entre 6% e 9%, em disputa com Ciro Gomes (PDT) pela terceira colocação na corrida, e bastante distante de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), favoritos para irem ao segundo turno.

Resistência interna

Apesar da mudança de ares, Moro chega ao União Brasil e encara a resistência de caciques do grupo liderado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que presidiu o DEM antes da fusão da sigla com o PSL. “Caso seja do interesse de Moro construir uma candidatura em São Paulo pela legenda, o ex-ministro será muito bem-vindo. Mas, neste momento, não há hipótese de concordarmos com sua candidatura presidencial pelo partido”, diz o texto, assinado por Neto, pelo 1º secretário do União, o deputado Efraim Filho (PB), e seis vice-presidentes, entre eles o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o senador Davi Alcolumbre (AP).

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