InícioEditorialComer, brincar e amar: conheça Itacaré das praias, cachoeiras e pratos deliciosos

Comer, brincar e amar: conheça Itacaré das praias, cachoeiras e pratos deliciosos

Itacaré fica na fronteira entre as costas do Dendê e do Cacau, mas é o lar de sabores que vão muito além da moqueca e chocolate. A cidade baiana recebe neste mês o IX Festival de Sabores, reunindo chefes, produtores e marcas tanto da região – com alguns convidados especiais de fora da região. O evento vai até 28 de agosto.

Entre os pratos, opções desde inovações que provocam pesadelos nos mais tradicionais, como o Acarajapa, mistura de acarajé com sushi vendido pela Bella Praia a R$ 38, ou um mojito de capim santo, do Sabores da Terra a R$ 24,90. Como também pratos regionais, exemplo do badejo na folha de bananeira, do Lua Cheia a R$ 58, e o Maré, feito com camarões no arroz de açaí, do restaurante Manga Rosa, a R$ 39,90.

No entanto, o “prato principal” é a feira reunindo diversos produtos que são dificilmente encontrados em cidades grandes, como palmito in natura, folha de canela, bolo de puba, calda de jenipapo, geleia, nibs e mel de cacau, além de diversas opções de pimentas.

Os preços também são bastante atrativos. O mel de cacau, que em Salvador custa em média R$ 35 o litro, por lá é vendido a R$ 7. O palmito natural é R$ 6, enquanto o industrializado vendido na capital gira em torno de R$ 20. 

Pituba, o lugar da ‘ferveção’ no balneário

(Foto: Sora Maia/CORREIO)

“Eu fui para Itacaré por conta das praias, mas me surpreendi muito com a comida mais local, vendida na rua nas banquinhas e pelas pessoas da região. E como a cidade recebe muita gente de diversos lugares diferentes, existe uma grande variedade de pratos, desde pratos argentinos a culinária árabe. Até moqueca capixaba tem. Uma grande variedade de sabores”, conta a psicóloga paranaense Maria Giulia Carlessi, 28.

Surpresa para quem vem de fora, e comemoração para os moradores da região. A agricultora Angelita de Jesus do Amparo, 54, encontrou na feira a oportunidade de comercializar os produtos que produz em seu pedaço de terra na zora rural da cidade. Na banca dela há banana, aipim, mangustão, tapioca, corante, pimenta, limão, entre outros.

“Esse projeto é muito importante para nós, da zona rural. É a oportunidade para mostrarmos nosso trabalho, o que produzimos na nossa terra. Quem mais compra são os turistas, tem muito gringo comprando”, celebra.

O festival também tem atrações musicais. No último dia 29, por exemplo, o cantor Jau cantou para mais de 5 mil pessoas que se aglomeraram na praça da cidade.

Na praça também ocorre a Cozinha Show, onde os chefes convidados fazem palestras e preparam pratos especiais enquanto dão dicas de culinária para o público. A chef Marli Catarina teve uma das apresentações mais disputadas, sendo a maioria da plateia formada por crianças.

Cozinha Show do IX Festival de Sabores de Itacaré

(Foto: Sora Maia/CORREIO)

“Vim aqui dar aula para adultos, mas há nove anos as crianças me seguem. Eles são puros e verdadeiros. E também é uma oportunidade de ensinar aos pequenos a importância de se alimentar de forma saudável, pois comendo bem você chega aos 60 com uma pele ótima, igual à minha”, brincou a chef, que cozinhou um peixe na pedra.

No total, no primeiro fim de semana do evento, entre 10 e 15 mil pessoas frequentaram o festival. O sucesso de público foi comemorado pelo secretário de turismo de Itacaré, José Alves.

“O balanço foi muito positivo. No primeiro fim de semana do festival, ficamos com os hotéis com 100% de ocupação. Turistas do Brasil inteiro, inclusive muitas pessoas da região, como Ilhéus e Itabuna”, celebrou o secretário.

“A feira tem uma situação em que valorizamos bastante a agricultura familiar, incentivando os produtores a virem para a cidade para vender os produtos. Também incentiva os chefes que atuam na cidade, nos hotéis e restaurantes. Nossa grade de chefes foi muito voltada para a mão de obra local, com poucos de fora. O festival é muito para valorizar quem é daqui”, explicou o secretário.

Preparação de receitas durante a Cozinha Show

(Foto: Sora Maia/CORREIO)

Comer em Itacaré

Opções para comer bem não faltam em Itacaré. Desde restaurantes mais requintados até barracas mais acessíveis, o visitante consegue ter acesso a uma enorme variedade de pratos. A cidade tem moradores do mundo todo, com isso há parrilha argentina, pizza preparada por chef italiano e, claro, a tradicional comida baiana.

Veja algumas opções:

>>Manga Rosa
No Manga Rosa você não vai querer só o doce e o sumo. O restaurante é especializado em frutos-do-mar, quase sempre combinados com frutas tropicais, e tem um ambiente aconchegante. Nos fundos, há mesas com decoração rústica à meia luz, criando um clima romântico para casais. 

>>Cabana Ariramba
Que tal aproveitar o melhor da gastronomia com os pés na areia e de frente para o mar? A Cabana Ariramba tem diversos pratos deliciosos, incluindo mariscadas, e diversas opções de drinks. Uma boa opção para passar o dia na praia com conforto e qualidade.

>>Lua Cheia
Mais um restaurante especialista em frutos-do-mar é o Lua Cheia. Os pratos mais destacados do local são a “Feijoada com peixe e camarão”, que custa R$ 198, servindo duas pessoas, e o “camarão ao curry no abacaxi”, que sai por R$ 184. O ambiente por lá é bastante familiar, com brinquedoteca para entreter as crianças enquanto as delícias não chegam na mesa.

>>Tia Deth
Quando Itacaré ainda era uma vila visitada somente por surfistas e alguns aventureiros, Tia Deth montou seu restaurante, um dos mais tradicionais da cidade. Com décadas de funcionamento, o local é especializado em comida baiana, com destaque para a Moqueca da Tia Deth, que custa R$ 220 e serve três pessoas.

Feirinha com os produtos cultivados na zona rural de Itacaré, por agricultores familiares

(Foto: Sora Maia/CORREIO)

Brincar em Itacaré

São 11 praias, sendo a maioria de água doce, diversas trilhas, cachoeiras, rios, cacau e muito mais. Itacaré oferece diversas opções de passeios para os mais variados tipos de visitantes. O guia Erasmo Carlos dos Santos explica que a maioria dos programas pode ser feitos por conta própria, menos as trilhas, onde é recomendada a presença de alguém que já conheça o caminho.

“As trilhas de Itacaré não possuem sinalização e muitas têm bifurcações para caminhos usados por pescadores e caçadores. Com isso, quem não conhece a região pode acabar se perdendo. Por isso recomendamos que, ao menos da primeira vez que a pessoa venha até Itacaré, que conte com a ajuda de um guia”, aconselha.

O custo médio de um guia em Itacaré é de R$ 100 por passeio, variando com a localidade. A trilha para Prainha, por exemplo, custa R$ 40, enquanto roteiros mais longos contam com um preço mais elevado.

Veja opções de passeios:

>>Praia da Ribeira
Essa é uma das praias urbanas de Itacaré. Ela é facilmente acessada de carro, com estacionamento, e possui uma boa estrutura de atendimento, com barracas. Além disso, possui um pequeno rio correndo ao lado, onde as crianças se divertem. Uma boa pedida para um passeio em família.

>>Tiririca
Melhor do que é, não fica. Essa praia praticamente começou a história de Itacaré. Era ela que os primeiros turistas, alguns surfistas aventureiros, frequentavam. Ela também é uma praia urbana, só que conta com ondas maiores, a transformando na meca do surfe. Assim como a maioria das praias de Itacaré, ela é rodeada por montanhas e uma natureza quase intocada.

>>São José Beach Club 
Uma boa pedida para a família. Quem não se hospedar no local, pode aproveitá-lo através do day use que custa R$ 200 por pessoa, sendo R$ 150 convertido para consumação. Há um restaurante e drinks servidos. As mesas ficam posicionadas em frente a uma praia privativa rodeada por morros de ambos os lados. O condomínio também possui uma entrada de carro para a Prainha, evitando a necessidade da trilha.

>>Fazenda de Cacau Vila Rosa
Os amantes de um passeio histórico e cultural poderão aprender mais sobre a história do cacau e dos antigos coronéis da região, do auge ao apogeu, com a vassoura de bruxa. Além disso, na fazenda também se ensina o passo a passo da produção do chocolate. O passeio guiado custa R$ 50 para adulto e R$ 25 para criança de até 10 anos.

>>Rafting
Um pouco mais distante do centro de Itacaré, próximo ao distrito de Taboquinhas, há o rafting no Rio de Contas. A atividade radical custa R$ 90 por pessoa e dura cerca de uma hora.

>>Cachoeira da Usina
Além das praias, Itacaré também possui muitas cachoeiras para os amantes do ecoturismo caírem de cabeça. Uma das mais belas e conhecidas é a da Usina, que fica na trilha a caminho de Jeribucaçu. Dá para chegar nela com apenas 15 minutos de caminhada. Mas guias da região alertam que o melhor é ir pela manhã para evitar o retorno no escuro, o que pode ser perigoso.

Amar em Itacaré

Itacaré já é bom, mas com alguém ao lado fica melhor ainda. A cidade também tem passeios excelentes para casais que pretendem curtir um momento a dois. Quem é solteiro pode arrumar uma companhia tanto nos aplicativos de paquera, que bombam por lá, quanto em algumas das festas da região, como os luais.

Veja opções:

>>O Barco
Os casais que buscam algo mais exclusivo, podem curtir um passeio de barco a dois pelos mares e rios de Itacaré. A bordo eles terão drinks e um chef preparando petiscos deliciosos, além de um prato principal. O passeio dura 4 horas, com pôr-do-sol, e custa R$ 2.100 para o casal. O passeio também pode ser feito com mais pessoas, sendo 12 o máximo. Quanto mais gente for, mais acessível fica.

>>Iemanjá Beach Club
Quem quer conhecer um amor em Itacaré, ou apenas viver uma paixão de verão, pode encontrá-lo no Iemanjá Beach Club. Lá as festas acontecem de frente para o mar, com pé na areia, comida e bebida de qualidade.

>>Prainha
Uma das mais belas praias de Itacaré, a Prainha é calma e tranquila, perfeita para casais apaixonados. Para chegar lá, pode ser tanto por uma trilha quanto de carro, entrando pelo São José Beach Club.

Ceviche de Caju, uma das receitinhas deliciosas da Cabana Ariramba

(Foto: Sora Maia/CORREIO)

RECEITAS PARA SENTIR O GOSTINHO

Ceviche de Caju da Cabana Ariramba

2 cajus maduros cortado em cubos
1/2 cebola roxa cortada  meia lua fina
2 a 3 colheres de suco de limão
2 colheres de suco de laranja
150 gr de manga cortado em cubos
100 ml de leite de coco
Coentro a gosto
Sal a gosto

Deixar a cebola roxa por alguns minutos de molho no gelo. Escorrer a água e deixar as cebolas à parte. Colocar o caju, manga, sal pimenta, sucos de limão e laranja e o coentro. Tirar as pedras de gelo. Acrescente o leite de coco e misture tudo. Colocar as cebolas e ramos de coentro para decorar.

Nhoque de banana assada: 

5 unidades de banana da terra assadas
200ml de caldo de legumes
50 gramas de amido

Assar as bananas com pele no forno por 40 minutos. Depois processá-las até deixar uma pasta de banana homogênea. Dissolver 200ml de caldo de legumes e 50 gramas de amido numa panela. Depois, coloca a mistura no purê de banana processado e mexe até desgrudar completamente da panela.

Depois o prato descansa até virar uma massa maleável para fazer os rolinhos, que vão virar nhoques.

Uma vez fria, deixamos os rolos com 2,5 cm e cortamos com uma faca molhada levemente com óleo para formar “moedas” com 1cm de espessura. Depois, coloca tudo em folhas de bananeira limpas e uma leve camada de óleo.

Lasanha de abobrinha 

2 abobrinhas
2 colheres de sopa de azeite 
(fatiar a abobrinha fina e grelhar dos dois lados até ficarem douradas)
30gr de castanha de caju picada 
200gr de queijo muçarela ralado 

Montagem da lasanha :
Em um tabuleiro colocar nessa ordem: abobrinha grelhada, molho de tomate, ricota ao pesto, castanha de caju e muçarela. São 3 camadas dessa montagem. Finalizar com a muçarela e levar para gratinar no forno alto durante aproximadamente 20min.

Para o molho de tomate precisa:
2 latas de pelatti 
1 colher de sopa de açúcar 
1 cabeça de alho 
2 colheres de sopa de azeite 
1 colher de chá de sal 
(Refogar o alho até dourar, acrescentar o restante, deixar cozinhar durante 20min)

Bisque de Camarão

28 camarões pistola frescos
Tempero baiano feito de :
½ cebola branca
1 dente de alho
2 pimentas de cheiro ou doce
Coentro e salsa ao gosto
2 colheres chá de sal
4 colheres de óleo 
Tudo batido no liquidificador

Colocar 2 colheres do tempero baiano nos camarões e guardar na geladeira até o momento da montagem 

Bisque:
As cascas e cabeças dos camarões 
1 cebola branca
1 cenoura
1 maço de talos de coentro ou folhas
4 pimentas doce ou de cheiro
3cm de gengibre sem pele
5cm de alho porro
½ colher de sal 
1 ½ litro de água

Esquentar uma frigideira com um fio de óleo e colocar as cabeças e cascas de camarão. Quando ficar da cor laranja, adicionar todos os legumes cortados, água e deixar ferver por 10 minutos. Depois peneira para sobrar o caldo.

As cabeças e pele são colocadas em uma assadeira junto a 400 gramas de sal. Depois são levadas ao forno a 100ºC até deixar crocante. Elas são processadas para serem usadas como o sal com gosto de camarão usado na receita.

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