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2018, a eleição que não terminou vai terminar agora

Foi no dia 22 de agosto de 2018 que o Datafolha divulgou sua última pesquisa de intenção de votos daquele ano com o nome de Lula para presidente. Ele estava preso em Curitiba há 137 dias. Não fazia a mínima ideia de que ficaria preso por 580 dias

Imaginava que poderia ser solto a qualquer momento, e se não fosse, que disputaria a eleição mesmo preso. Segundo o Datafolha, ele tinha 39% dos votos contra 19% de Jair Bolsonaro. Somados, os demais candidatos que pontuaram tinham 28%.

Não deu. Dali a poucos dias, o Tribunal Superior Eleitoral declarou que Lula era um ficha suja, não podendo se candidatar. No dia 6 de setembro, Bolsonaro levou uma facada em Juiz de Fora, o que o elevou à condição de mártir em vida. O resto é história conhecida.

A eleição que não terminou poderá terminar no próximo domingo. Para tal, o vencedor terá de obter 50% dos votos válidos mais um, excluídos os brancos, nulos e abstenção. Lula aparece na pesquisa Ipec, ex-Ibope, com 52% dos votos válidos, e Bolsonaro com 34%.

Concordam todos os analistas de pesquisas: Lula só não será eleito domingo se mais eleitores dele do que de Bolsonaro se abstenham de votar. Ou se daqui para lá, um fato imprevisível e de grande porte embaralhar as cartas novamente. O que, por exemplo?

No debate da quinta-feira (30) entre os candidatos na TV Globo, Bolsonaro dar um show e Lula derrapar feio. Ou então faltar transporte coletivo nas periferias das maiores cidades onde Lula deve ser bem votado. Ou estourar um escândalo que atinja Lula.

Tem um escândalo na praça que começou a estourar, mas no colo de Bolsonaro. A Polícia Federal encontrou no celular do principal ajudante de ordens dele mensagens que levantam suspeitas sobre transações financeiras feitas no gabinete presidencial.

Conversas por escrito, fotos e áudios trocados pelo tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid com outros funcionários da Presidência sugerem a existência de depósitos fracionados e saques em dinheiro para pagamento de contas pessoais da família Bolsonaro.

Algo muito parecido com a história da rachadinha gerenciada por Fabrício Queiroz na Assembleia Legislativa do Rio à época em que Flávio Bolsonaro, hoje senador, era deputado estadual. Houve também rachadinha no gabinete de Carlos Bolsonaro, o vereador.

Apropriar-se de dinheiro público é um vício dessa gente. Foi assim que a família presidencial construiu sua fortuna, que inclui, de 1990 para cá, a compra de 107 imóveis, 51 deles com dinheiro vivo. Era um trânsito infernal de malas de dinheiro para lá e para cá.

Tudo indica que Bolsonaro bateu no teto. Há quatro pesquisas consecutivas do Ipec ele tem o mesmo percentual de votos – 31%. Lula avança devagar, jogando parado e evitando bola dividida. Ciro Gomes (PDT) definha, e Simone Tebet (MDB) estancou.

Mais de 80% dos eleitores dizem que já decidiram seu voto, e a maioria quer pôr um ponto final logo nisso. A Copa do Mundo vem aí e – quem sabe? – o Brasil não emplaca o hexa. Seria uma vitória em cima da outra – livrar-se de Bolsonaro e trazer o caneco.

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