O empresário do garimpo Valdinei Mauro de Souza, que doou R$ 100 mil a Jair Bolsonaro na campanha eleitoral, foi alvo da Polícia Federal nesta quinta-feira (1º/12). Com investigações em três estados da Amazônia Legal, a PF fez a maior operação contra uso ilegal de mercúrio da história.
Nei Garimpeiro e empresas ligadas ao empresário de Mato Grosso foram alvos de mandado de busca e bloqueio de bens. A Operação Hermes, que faz alusão ao deus Mercúrio, também cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e nove de prisão temporária. A Justiça bloqueou cerca de R$ 1,1 bilhão, o equivalente ao prejuízo estimado aos cofres públicos.
A PF e o Ibama investigam supostos crimes de contrabando e comércio ilegal de mercúrio, que abasteceria garimpos no Mato Grosso, em Rondônia e no Pará. Também são apurados os supostos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Além de Nei ter doado R$ 100 mil à campanha de reeleição de Bolsonaro, o empresário participou de um almoço com o presidente e empresários em Brasília, em maio deste ano. O objetivo era arrecadar recursos para a então pré-campanha presidencial.
Às vésperas do segundo turno, a Fomentas Mining Company, empresa ligada a Nei, foi alvo da Justiça por forçar funcionários a votarem no presidente. Além de parar com o assédio eleitoral, a firma foi obrigada pelo juiz a divulgar um comunicado interno afirmando o “direito de seus empregados escolherem livremente seus candidatos nas eleições”.
Nei Garimpeiro também já teve problemas com o Ibama. Em 2013, foi multado em R$ 400 mil pelo órgão por irregularidades ambientais em Itaituba (PA).
Procurados, o empresário e a empresa Fomentas não responderam. Mais cedo, a companhia divulgou uma nota afirmando que uma das empresas do grupo foi alvo da operação por ter comprado mercúrio de “empresas supostamente irregulares”. “A Fomentas irá prestar todas as informações para colaborar com as investigações”, seguiu o comunicado.
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