InícioEditorialSócios do Bahia aprovam venda do clube para o Grupo City

Sócios do Bahia aprovam venda do clube para o Grupo City

Diretoria do Bahia durante a Assembleia Geral de Sócios

Uma nova história começou a ser escrita no Bahia. Neste sábado (3), os sócios do clube aprovaram a mudança no estatuto e a venda do tricolor para o City Football Group (CFG). A decisão foi tomada durante votação em Assembleia Geral realizada de forma presencial, na Fonte Nova, e on-line. Ao todo, dos 19.325 sócios aptos, 13.113 participaram da votação. Foram 10 abstenções, 183 votos contrários e 12.920 votos pela aprovação, o que corresponde a aproximadamente 99% de aceitação. 

Com a decisão, o Bahia passa a ser o 13º clube franqueado ao Grupo City – que tem como estrela da companhia o Manchester City, da Inglaterra. O fundo dos Emirados Árabes será o responsável por gerir o futebol do Esquadrão. A expectativa é por um salto no patamar da equipe, que este ano conseguiu o acesso e em 2023 voltará a disputar a Série A do Campeonato Brasileiro.  

Após os trâmites burocráticos, o City Football Group passará a ser o dono de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Bahia e terá responsabilidades. Pelo contrato apresentado, o fundo investirá R$ 1 bilhão no time baiano. O dinheiro será alocado no prazo de 15 anos e será dividido entre o pagamento de dívidas, montagem de elenco e investimento em estrutura.

Com a mudança, o Bahia passará a ser um clube empresa. A associação continuará existindo e poderá investir, por exemplo, em outros esportes. Mas tudo que for relacionado ao futebol, seja ele profissional, base ou feminino, será gerido pelo Grupo City. 

Os ativos, passivos, funcionários, operações,  direitos e contratos do Bahia (a associação civil) serão transferidos para a SAF. O fundo ficará responsável por patrimônios físicos do clube, como a Cidade Tricolor, o Fazendão e um terreno anexo a este no Jardim das Margaridas. 

Pelo contrato apresentado, o Bahia terá uma nova estrutura de governança na SAF. Ela será composta pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Diretoria Executiva e Assembleia de Acionistas. 

O prazo para a formalização da Sociedade Anônima é de nove meses, mas o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, acredita que os trâmites serão resolvidos em três ou quatro. Nesse período, o City tomará as decisões através de uma co-gestão com a atual diretoria. 

“A partir de amanhã iniciaremos o processo formal de montagem da SAF, tendo o Bahia como sócio único, depois disso o Grupo City aporta os seus ativos e essa nova SAF passa a ter a participação de 90% x 10%. Todo esse processo precisa durar nove meses, mas a gente entende que entre 90 e 120 dias conseguiremos concluir esse processo”, disse Bellintani. 

“Sob o ponto de vista formal, enquanto a SAF não estiver oficialmente constituída, Vitor [Ferraz] e eu continuaremos tomando as decisões formais. Por bom senso e cláusulas previstas no contrato, o City poderá fazer aportes financeiros e participar das decisões por co-gestão. O objetivo disso é legitimar o parceiro a tomar as decisões”, completou. 

Sócio tricolor durante a votação (Foto: Felipe Oliveira/ EC Bahia)

Investimento
Para ser o dono da SAF do Bahia, o Grupo City apresentou uma proposta na qual se compromete a investir R$ 1 bilhão no clube. Desse valor, cerca de R$ 300 milhões serão destinados ao pagamento das dívidas existentes. A ideia é que tudo que o tricolor deve seja liquidado de uma só vez. 

A partir de 2023, o Bahia terá um impacto significativo na folha do futebol. O acordo prevê a obrigação de manter um gasto anual de R$ 120 milhões por ano (cerca de R$ 9 milhões por mês, pois há de se considerar o 13°) ou 60% da renda bruta da SAF. 

Tomando como referência o ano de 2021, último em que o Bahia disputou a Série A do Brasileirão, quando a folha salarial do clube era em torno de R$ 6 milhões/mês, o montante proposto com a SAF representa um aumento de cerca de 50%.

Será do Grupo City a responsabilidade pela montagem do elenco nos próximos anos. Para isso, o fundo dispõe de um valor mínimo de R$ 500 milhões que será distribuído ao longo das temporadas na aquisição de jogadores. Além da compra de atletas, existe a possibilidade de movimentação de jogadores dentro dos clubes do CFG.   

O planejamento do futebol, aliás, já está sendo tocado pelo City desde antes do fim da Série B. A expectativa é de que nos próximos dias sejam anunciadas as contratações e renovações de jogadores, o novo treinador e membros do departamento de futebol. O elenco vai iniciar a pré-temporada já no próximo dia 12.  

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