São Paulo – Depois de ter feito críticas às câmeras instaladas nos uniformes de policiais militares durante a campanha eleitoral, o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recuou em seu discurso e disse nesta segunda-feira (5/12) que vai “manter” o programa implantado pela Polícia Militar no governo do PSDB.
“A questão das câmeras, eu fui mais crítico na campanha, agora vamos segurar. Vamos manter. Vamos ver o resultado e que ajustes a gente pode fazer”, afirmou Tarcísio, na mesma entrevista concedida à CNN na qual ele disse que “nunca” foi um “bolsonarista raiz”.
A instalação das câmeras nas fardas é apontada como principal motivo da redução de até 80% nos índices de letalidade policial, casos em que suspeitos são mortos por PMs em supostos confrontos. Um estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que a medida evitou 104 mortes no período de um ano, entre julho de 2021 e 2022, comparando ocorrências em regiões onde os policiais usavam a câmera com onde não usavam.
Prometeu tirar Durante a campanha eleitoral, Tarcísio prometeu mais de uma vez que iria retirar os equipamentos das fardas do PMs, ação cobrada por bolsonaristas. Em outubro, em entrevista à Jovem Pan, o então candidato afirmou que “com certeza” iria determinar a retirada das câmeras. “O que representa a câmera? É uma situação deixar o policial em desvantagem em relação ao bandido”, declarou na ocasião.
Semanas depois, ainda durante a camanha, Tarcísio ensaiou um recuo, dizendo que iria ouvir especialistas antes de tomar uma decisão. “A câmera inibe o policial, tem atrapalhado a produtividade. Mas isso é uma percepção. Vamos chamar as forças de segurança, avaliar do ponto de vista técnico a efetividade ou não e o aperfeiçoamento da política pública”, disse durante uma coletiva de imprensa, durante o segundo turno da eleição.
Secretário contrário às câmeras Escolhido como futuro secretário da Segurança Pública, o deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP), que é ex-oficial da PM, também já fez críticas ao programa de monitoramento dos policiais. Ele já defendeu que batalhões como as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), à qual já pertenceu, deixassem de usar o equipamento.
Na entrevista à CNN desta segunda-feira, Tarcísio saiu em defesa do futuro secretário, cuja indicação recebeu críticas de alguns setores da sociedade envolvidos na Segurança Pública.
“Acho que tem que dar um voto de confiança para o Derrite, para fazer um bom trabalho. Uma coisa é o político, outra é o secretário de estado. Vou cobrar profissionalismo, resultado, trabalho. Quero que a população se sinta mais segura”, afirmou Tarcísio à CNN.
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