Um evento de Réveillon decorado com toalhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um prédio do Distrito Federal acabou em atrito entre morador e síndico. A situação ocorreu na noite do último sábado (31/12), em salão de festas de um prédio no condomínio Gamaggiore, no Gama.
O organizador da celebração de Ano-Novo foi o médico Pedro Augusto Silva Ruas, 29 anos, morador do residencial. No salão, ele e convidados usaram toalhas com o rosto de Lula para decoração. Também colaram balões com o número 13 em uma das paredes.
O médico conta que por volta de 22h30 funcionários da administração foram ao local pedir para que as toalhas fossem retiradas, pois manifestações políticas seriam proibidas nas áreas comuns do condomínio. Um dos fiscais teria mostrado um documento onde consta que é proibido o uso do salão para reuniões políticas.
“Só que a gente não estava fazendo reunião partidária, de diretório político. Tanto que meus parentes são apoiadores do Bolsonaro e estavam lá. Era um evento de Réveillon em que colocamos toalhas do Lula. Eu tentei falar com o síndico, mas ele foi arbitrário”, diz Pedro.
Ele diz que alguns convidados fumaram em locais do prédio que são proibidos. “E isso eu entendo a reclamação. Mas o síndico disse que eu seria multado por cada pessoa que estava fumando. Eram três pessoas. Além disso ainda terei que pagar multa pelas toalhas do Lula”, afirma.
“Ele disse que se não tirássemos as toalhas ele desligaria a energia do salão. Para mim isso foi perseguição política, pois ele impediu meu direito de me expressar ali”, considera o morador.
Ainda de acordo com Pedro, no salão de festas da frente havia um grupo fazendo orações com um pastor, o que também não seria permitido conforme o regimento do condomínio. “Será que o síndico também impediria uma manifestação religiosa? Porque pela linha dele também não poderia fazer reunião de oração dentro do condomínio”, pontua.
Veja imagens:
Toalha do Lula em salão de festa
Evento estava decorado com imagens do presidente LulaArquivo pessoal
Toalha de Lula em festa de Réveillon gera conflito em condomínio do DF 3
Regimento do condomínio proíbe reuniões políticasArquivo pessoal
Toalha de Lula em festa de Réveillon gera conflito em condomínio do DF 2
Morador diz que festa não foi uma reunião política, mas um evento de Ano-NovoArquivo pessoal
Toalha de Lula em festa de Réveillon gera conflito em condomínio do DF
Pedro ainda diz que pessoas faziam orações em um salão à frente, mesmo sendo proibido o uso do espaço para reunião religiosaArquivo pessoal
Toalha de Lula em festa de Réveillon gera conflito em condomínio do DF
Condomínio fica no GamaArquivo pessoal
O outro ladoProcurado, o síndico Paulo Matuszewski disse que o morador descumpriu regras do condomínio.
“O nosso regimento interno não permite reuniões e manifestações políticas nos salões de festas. A partir do momento que você faz uma festa de final de ano, véspera da posse, com fotos e bandeiras do Lula e do PT, é uma reunião política. E não é só do Lula, é de qualquer candidato. Durante a campanha, inclusive, não era permitido colocar bandeiras na janela, fosse do Lula, fosse do Bolsonaro ou de outro candidato”, diz.
Ele também mencionou que convidados de Pedro estavam fumando tabaco dentro do salão de festas, o que proibido. “Então foi uma série de regras que esse morador estava quebrando.”
Ainda de acordo com Matuszewski, o condomínio não tem partido e não se trata de “algo pessoal”. “Nossa posição é de imparcialidade total”, conclui o síndico.