Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, há beneficiários com renda de nove salários mínimos; cerca de 10 milhões de cadastros estão sendo revisados pelo governo federal
Governo Federal/Flickr/Divulgação
Expectativa é que a revisão dos dados seja concluída nos próximos dias e apresentada ao presidente Lula
Cerca de 2,5 milhões de pessoas podem estar recebendo o Bolsa Família indevidamente. A informação foi anunciada pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), nesta quinta-feira, 9, durante conversa com jornalistas. Segundo ele, aproximadamente 10 milhões de cadastros do programa de transferência de renda estão em fase de revisão. Destes, 25% teriam “grandes indícios” de irregularidades. “Temos um foco de mais ou menos 10 milhões de beneficiários que estão na linha da avaliação dessa revisão do cadastro. Acreditamos que mais ou menos 2,5 milhões destes que recebem têm grandes indícios de irregularidade”, reconheceu o ministro. A expectativa é que a revisão dos dados seja concluída nos próximos dias e apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Wellington Dias culpa o governo anterior por ter causado uma “bagunça” no Cadastro Único, utilizado como base da dados do Bolsa Família. Anteriormente, o programa de transferência de renda recebia o nome de Auxilio Brasil, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Foi desmantelado o cérebro do Cadastro Único. É como se tivesse uma bagunça para perder o controle”, comentou. De acordo com Dias, há pessoas cadastradas com renda de nove salários mínimos, o que infringe as regras do programa. “E pessoas sem renda, com fome, que não conseguem acessar. É mais que uma atualização de cadastro, é justiça social”, acrescentou. O Bolsa Família é destinado, segundo o governo federal, a pessoas com renda familiar mensal per capita de até R$ 105, o que caracteriza extrema pobreza; com renda familiar mensal per capita de até R$ 210, classificada situação de pobreza; e famílias em regra de emancipação.