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Campos Neto acena a Lula e diz que sua saída não mudaria ações do BC

Alvo constante de ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, fez uma série de acenos ao petista durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (13/2), e afirmou que sua saída não mudaria as decisões da instituição.

“Eu acho que isso (críticas ao BC) está sendo muito personificado e a minha figura é irrelevante. Se eu saísse hoje do Banco Central, as decisões não mudariam muito porque, hoje, a gente tem um corpo de diretores que é bastante próximo na forma de pensar. E a gente tem uma arcabouço onde as decisões são técnicas”, disse Campos Neto.

Escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para presidir o BC em 2019, Campos Neto tem mandato até dezembro de 2024 graças à autonomia do Banco Central, aprovada pelo Congresso Nacional e alvo de críticas do PT, que tem pressionando por sua saída antecipada do cargo.

Durante o programa, ele disse que a autonomia da instituição “é um ganho para a sociedade” e que sua permanência na presidência do banco durante os dois primeiros anos do governo petista seria uma demonstração disso.

“A minha permanência não é por uma vontade de ficar, por um tema político, ou um tema de importância. É por um tema de tentar deixar claro que a instituição Banco Central, da forma autônoma, é um ganho para a sociedade”, disse.

Relação com LulaCampos Neto também foi questionado sobre o que diria a Lula caso reencontrasse o presidente da República — ambos tiveram um único encontro no dia 30 de janeiro.

“Acho que é importante a gente trabalhar junto. Eu gostaria de eexplcar muito mais, ter mais tempo para explicar a agenda do Banco Central. Principalmente a agenda social, que a gente tem aí um fato em comum, que é uma grande preocupação social. Eu sempre disso isso”, afirmou.

“Estou disponível para conversar (com Lula), quero trabalhar em harmonia”, enfatizou Campos Neto.

O presidente do BC garantiu que não pretende enveredar pela política. Disse que seu objetivo é retornar ao mercado após o término do seu mandato à frente do BC, no fim do ano que vem. Ainda assim, destacou que tem boas relações com políticos.

“Ao longo de quatro anos, conversando com vários parlamentares, conversando com várias pessoas, você desenvolve amizades”, disse.

“Eu tenho um relacionamento bom com vários políticos, Kassab é um político que tenho maior respeito, tenho conversas, mas não existe nenhum plano de ir para a política, não acho que tenho o dom para isso”, afirmou, ao ser questionado especificamente sobre a proximidade com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, atual secretário do Governo em São Paulo.

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