Em cerimônia do Palácio do Planalto, na tarde desta quarta-feira (16/2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar, sem citar nomes, sobre juros altos. Nos últimos dias, o mandatário abriu uma ofensiva contra o Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto. O petista disse ainda, que a classe média deve ter maior atenção do governo, uma vez que é quem “sustenta” a economia brasileira.
“Muitas vezes, a única coisa que não incomoda ninguém do lado do sistema financeiro e do lado dos ricos é o pagamento da taxa de juros, pagar juros é a única coisa que eles acham que é investimento. Pagar juros é investimento, mas dar comida, educação, investimento em pequena e média empresa, investimento em cooperativa pro povo é gasto”, criticou Lula.
“A única coisa que não incomoda o lado do sistema financeiro, dos ricos, é o pagamento da taxa de juros”, diz @LulaOficial.
Presidente da República afirmou que, na visão dessas pessoas, “pagar juros é investimento, dar comida pro povo é gasto”. pic.twitter.com/pof2dpUsvQ
— Metrópoles (@Metropoles) February 16, 2023
Tanto o presidente Lula quanto os integrantes do governo e da base aliada enfrentam um imbróglio com o Banco Central, em razão dos juros do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
“O que precisamos dizer que nesse governo, tudo que formos fazer para atender a necessidade do povo brasileiro vai se chamar investimento”, continuou. A argumentação foi feita durante o anúncio dos novos valores e da expansão das bolsas CAPES, CNPq e Bolsa Permanência.
Cuidado com a classe médiaEnquanto discursava, Lula falava sobre programas de moradia do governo e salientou que a classe média precisa ter atenção do governo.
“Vamos tratar de atender a classe média. É preciso que a gente atenda a classe média, porque no fundo, no fundo, é a classe média que não é contemplada em quase nada nas políticas do estado. Ela ganha R$ 8, R$ 9, R$ 10 mil reais, ou seja, não tem casa popular […] Não faz um casa maior e também não pode comprar”, argumentou Lula.
“Ele fica órfão de pai, mãe e governo. Nós precisamos pensar que além de cuidar das pessoas mais pobres, nós temos que cuidar das pessoas da classe média, porque são eles que sustentam a economia desse país”, concluiu.