A presença de atletas transgêneros na Olimpíada de Paris-2024 está condicionada às regras a serem adotadas pelas federações esportivas internacionais. Nesta quarta-feira (12), a ministra do Esporte e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris-2024, Amélie Oudéa-Castera, afirmou que esta é uma questão complexa, mas que não irá intervir na decisão das entidades.
Em entrevista à rádio France Info, Amélie comentou sobre a recente decisão da World Athletics, a Federação Internacional de Atletismo, de excluir transgêneros das competições femininas. Para ela, estudos sobre o papel da testosterona no desempenho esportivo podem esclarecer os pontos controversos do debate.
“É uma questão difícil e que está em evolução, na qual navegamos entre duas demandas, a inclusão e o respeito à igualdade esportiva”, disse Amélie, em entrevista à rádio France Info. “Nem todos estão nessa linha. O progresso científico vai esclarecer a decisão desses atores”.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) renunciou no final de 2021 a estabelecer diretrizes uniformes quanto aos critérios de participação de atletas intersexuais e transgêneros. Assim, deixou o caminho livre para a decisão das federações internacionais. A participação do atleta dependerá do que a sua respectiva modalidade estabelece.
Na Olimpíada de Tóquio, em 2021, a levantadora de peso neozelandesa Laurel Hubbard fez história ao se tornar a primeira mulher abertamente transgênero a participar de um evento olímpico. Ela atendeu aos critérios de classificação, que exigiam um nível de testosterona abaixo de 10 nmol por litro por pelo menos 12 meses.