O ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR) disse acreditar que o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não chega a 2026”. Em entrevista exclusiva ao programa Morning Show, da Jovem Pan News, o político, que teve mandato de deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira, 16, afirmou que a governo Lula 3 não tem feitos suficientes e acusou a atual gestão de “revanchismo”. “Vivemos um governo de vingança, um governo que divide entre todas, todes, todos e daqui a pouco vai faltar letra o alfabeto. Um governo que divide o patrão contra o empregado, o agro contra o ambientalista, toda hora divide as pessoas em vez de unir”, afirma Deltan, que também acusa o governo de ter como “primeira grande vitória” a sua cassação. “O governo não fez nada, a primeira grande vitória do governo foi ter me cassado. Não fizeram nada pelo país até agora, nada. E ainda fazem esse revanchismo, esnobismo, deboche comigo, com a minha cassação, com algo que é derrubar os votos dos eleitores, com o povo brasileiro”, completou.
Questionado se teme ser preso, já que teve os direitos políticos também cassados, se tornando inelegível pelos próximos oito anos, Dallagnol reconheceu ter medo, mas exaltou: “Podem tirar meu mandato, mas não vão tirar a minha voz“, iniciou. “Na história, todas as vezes que quiseram silenciar, eles deram um tiro no pé. Quer saber o que eu acho? Eles estão fazendo um grande tiro no pé, estão unindo a direita contra um governo abusivo. E não acho que esse governo vá chegar a 2026. Nos moldes que esse governo anda, cheio de desmandos e sem realizar nada pelo povo, não acredito que chega a três anos. Antes disso vai ser derrubado pelo bem do nosso país”, concluiu.
Entenda a cassação de Dallagnol
Na terça-feira, 16, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato do deputado Federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Os ministros da Corte entenderam que a saída de Deltan do cargo de ex-procurador da República ocorreu de maneira irregular, já que o mesmo era alvo de 15 procedimentos administrativos do Conselho Nacional do Ministério Público que poderiam lhe render processo administrativo disciplinar (PAD) e torná-lo inelegível. Por ter antecipado sua saída do cargo público, o TSE enxergou uma manobra para fraudar a lei. Com base na Lei da Ficha Limpa, a decisão colegiada também o torna inelegível por oito anos. Mesmo com a decisão, que deverá ser cumprida imediatamente, Deltan ainda poderá apresentar recurso para o Supremo Tribunal Federal – porém, sem o mandato.