Obras de Portinari (divulgação) |
Na Galeria Frente, São Paulo, uma rara exposição de Portinari, que tem curadoria de Jacob Klintowitz e James Artthur Lobo Lisboa – 2023. Acompanha a mostra o livro Cândido Portinari: No Círculo da Luz: Na Asa do Sol, escrito por Jacob Klintowitz. São 304 páginas, em papel couchê, capa dura, apoio Projeto Portinari, realização Galeria Frente.
Um livro para qualquer artista visual vivo ou morto é de grande importância. Não só registra a memória dele, como também guarda para esta e outras gerações o que foi realizado na história da arte do Brasil na época em que foi feito. Enfim, um livro é um documento que circula entre críticos de arte, colecionadores, bibliotecas, livrarias, público interessado. Neste livro temos um grande apanhado de ilustrações – fotos coloridas e preto e branco de trabalhos, manuscritos do artista, troca de correspondências, poemas, registros fotográficos com poetas e artistas, que contam a trajetória de Portinari.
Complementando o livro inspiradas fotografias da montagem. Para compor o livro Jacob Klintowitz fez um sumário dividindo-o em sete capítulos. 1º – Candido Portinari: no círculo da luz: na asa do sol. O autor se debruça nas lembranças que marcaram a vida do pintor. Cinquenta e oito anos construindo história para que valha a pena à aventura humana. Na tradição, no transitar de ideias Portinari organiza o caos. 2º – Retratos. São retratos de personagens à direita do livro, e à esquerda pequeno texto esclarecedor de cada retrato. O autor parece querer mostrar a vocação do pintor para retratos. 3º – Projetos para pinturas. Neste capítulo surgem esboços, estudos para pinturas, como A Primeira Missa do Brasil 1978, Descobrimento do Brasil déc 1950, Dom Pedro I, 1952 e Meninos brincando 1958, entre outros projetos.
4º – Projetos – Gustavo Capanema. Estudos, esboços para o hoje Palácio Capanema, quase nenhum destes projetos foram executados, são estudos. 5º – Pinturas. Nesta amostragem, pinturas do mestre, onde ele foi mais feliz, entre outras Roda Infantil 1932; Mulata de Vestido Branco 1936; Cavalos Correndo 1943; e Retirantes 1945. 6º – Desenhos. Nanquim, grafite, guache sobre papel os desenhos são rápidos e muitas vezes incompletas, apenas insinuam. Destaque para Cabeça de Mulher 1955, Espantalhos e Autorretrato, 1957. 7º – Azulejos, Projetos e Séries. A azulejaria talvez seja a técnica que Portinari menos usou, seu destaque foi o Painel de Cerâmica de grés esmaltada que realizou na Praça de Cataguases, Minas Gerais. A série Fiandeiras é de delicado fazer. O livro é fonte de pesquisas, estudos e reflexões.