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Ícone do rock e do pop mundial, Tina Turner deixa a lição de muitos recomeços

The best – Tina Turner é o exemplo perfeito de superação: a infância no limite da pobreza, o marido abusivo do qual fugiu quando já era estrela e o fracasso da carreira solo até ressurgir em 1984. Desde então, a cantora de voz rouca e visual marcante se consolidou como uma das maiores artistas do planeta. Para muitos fãs, simplesmente ‘A Melhor’.

Em um dos seus maiores sucessos, We Don’t Need Another Hero, Tina Turner canta que “Não precisamos de outro herói”. Talvez ela até rejeitasse o título de heroína, mas seguramente a cantora que morreu ontem, aos 83 anos, tornou-se uma referência na luta das mulheres contra a violência doméstica.

Casada com Ike Turner, ela era frequentemente agredida por ele e chegou a aparecer várias vezes em público com marcas de agressão. Mas, depois de 14 anos sofrendo, decidiu se separar, mesmo que, para isso, abrisse mão do dinheiro que havia ganhado com ele e resolveu recomeçar a carreira.

Mas Tina deu a volta por cima, não só na carreira. Na vida amorosa, encontrou um homem que deu a ela tudo o que Ike não foi capaz de lhe dar, além de amor verdadeiro: em 2016, seu marido Erwin Bach doou-lhe um rim, para salvar a vida da cantora, que se recuperava de um câncer no intestino.

“Somente um transplante me daria a chance de viver quase normalmente. Mas a chance de encontrar um doador era remota”, disse. Na época, ela até assinou documentos para aderir ao suicídio assistido, mas a atitude do marido a fez mudar de ideia.

Ontem, a família comunicou a morte da estrela internacional, mas não revelou a causa do óbito: falou apenas em uma “longa doença” que ela enfrentava. De acordo com um comunicado, a cantora morreu pacificamente, em sua casa em Küsnacht, perto de Zurique, na Suíça.

Nascida numa família simples, em 1939, Anna Mae Bullock – seu nome de batismo – vivia na zona rural com os pais. Depois do divórcio deles, foi viver com a avó. “Não estávamos na pobreza. Tínhamos comida na mesa. Simplesmente não tínhamos coisas sofisticadas, como bicicletas”, disse à apresentadora Oprah Winfrey, em 2005.

O pesadelo Ike
Passou a cantar para conseguir seu sustento e, numa de suas apresentações, conheceu Ike Turner, que fazia shows com a sua banda, The Kings of Rhythm. Anna Mae pediu para juntar-se aos músicos e começou como backing vocal. Mas, com seu talento, não demorou para se tornar uma das vozes principais. Em 1960 criaram a dupla Ike & Tina Turner Revue.

A Fool In Love, daquele mesmo ano, foi o primeiro sucesso da dupla e logo alcançou o Top 30 na Billboard. Também lançaram, no ano seguinte, It’s Gonna Work Out Fine, que rendeu a primeira indicação ao Grammy de Melhor Performance de Rock and Roll. Nos anos 1960 e 70, eles dominaram a soul music e tiveram grandes sucessos, como a canção The Best, que a acompanhou durante toda a vida.

Os artistas se casaram em 1962 e tiveram dois filhos. Também criaram outros dois – um dele e o outro dela. Mas as agressões começaram cedo, no início do casamento. Tina tinha 23 anos quando se casou e Ike era oito anos mais velho. O marido tinha acessos de raiva e, descontrolado, batia nela com qualquer objeto que estivesse perto, desde cabides até aparelhos de telefones. “Ele me batia nas costelas e sempre tentava me deixar com o olho roxo. Ele queria que seu abuso fosse visto. Essa foi a parte vergonhosa”, disse a Oprah.

Ike era viciado em cocaína e as agressões não paravam. Quando a carreira da dupla começou a decair, o marido colocava a culpa nela. E isso alimentava ainda mais agressões. Cansada de ser exaustivamente agredida e, além disso, traída, Tina deu o primeiro basta: recusou-se a viajar com o marido e até a cantar canções dele. Foi só em 1976, depois de 14 anos de sofrimento, que ela conseguiu finalmente se separou dele. Foi durante uma turnê e, segundo a imprensa americana, Tina saiu de um hotel com 36 centavos de dólar no bolso. 

Estrelato
Tina decidiu recomeçar a carreira do zero e investiu em projetos solo. Começou a abrir shows para bandas como a Bee Gees. Lançou o primeiro álbum em 1974, Tina Turns the Country On!. Depois, vieram mais três, ainda sem nenhum grande sucesso que se comparasse aos anteriores. Foi só em 1984, com Private Dancer, que ela conheceria novamente o estrelato.

Foi a música What’s Love Got to Do With It que fez Tina novamente alcançar a popularidade. A ascensão foi meteórica e a ajudou a vender mais de dez milhões de cópias em todo o mundo. Além disso, ela passava a abraçar definitivamente o título de Rainha do Rock, gênero que passou a cantar com mais frequência, em substituição ao soul.

Outra demonstração da popularidade dela na época foi a participação no filme Mad Max – Além da Cúpula do Trovão (1985), em que contracenava com o astro Mel Gibson, com direção de George Miller. Tina foi responsável também pela canção principal do longa-metragem, que dominou as paradas de sucesso: We Don’t Need Another Hero. A cantora gravou a trilha de muitas outras produções, incluindo 007 contra Golden Eye.

No ano seguinte, lançou outro álbum de sucesso, Break Every Ruleque lhe rendeu a maior turnê de sua carreira, com 14 meses de duração. Um show dessa turnê no Brasil entrou para o livro dos recordes, com 184 mil pessoas em uma única apresentação no Maracanã, em 16 de janeiro de 1988. O recorde anterior no estádio era de Frank Sinatra.

Daí em diante, ela segurou por muito tempo o título de Rainha do Rock e, aos 45 anos, era famosa também pelas belas pernas que exibia. Isso, numa época em que, aos 45 anos, uma mulher já era considerada velha por muitos. Os álbuns seguintes não chegaram a fazer tanto sucesso, mas a cantora colheu importantes frutos, incluindo quatro prêmios seguidos Grammy como melhor performance vocal feminina em rock.

Em 1999, Tina lançou o nono álbum da carreira solo, Twenty Four Seven, e anunciou a aposentadoria dos palcos. O disco teve poucos hits, que fizeram mais sucesso na Europa: When the Heartache Is Over, Whatever You Need e Don’t Leave Me This Way. Mas o clima de despedida da turnê atraiu milhões de pessoas para os shows.

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