Vapes e pods causam problemas de saúde graves, como infarto e AVC. Saiba o que fazer para se livrar do vício 31/05/2023 2:00, atualizado 30/05/2023 19:51
TranTien LocDo/Pixabay
O cigarro eletrônico, também chamado de vape, ganhou popularidade como uma alternativa menos nociva à saúde do que o cigarro convencional, partindo da premissa de que ele não queima tabaco para liberar nicotina. A propaganda, no entanto, é bastante enganosa: o cigarro eletrônico é tão nocivo quanto o convencional.
O cardiologista Marcelo Cantarelli, membro da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), aponta que ambos provocam dependência e liberam toxinas que afetam a saúde como um todo. “O vape aumentou o hábito do tabagismo entre pessoas jovens, virou quase pediátrico. O uso inflama a parede dos vasos sanguíneos e expõe o usuário a, por exemplo, infarto do miocárdio, hipertensão arterial, AVC, asma e doenças pulmonares”, alerta o médico.
O oncologista Murilo Buso, do Centro de Câncer de Brasília, explica que, por ter sido popularizado recentemente, só temos informações sobre os malefícios mais imediatos do vape. Ele, no entanto, acredita que a relação com o câncer será comprovada nos próximos anos. “Nós conhecemos os riscos de cigarros eletrônicos há curto prazo. No futuro, é bastante provável que a relação deles com o câncer será, em fim, comprovada. O ideal é não fumar. Cigarro nenhum traz benefícios”, destaca Buso.
Como se livrar do vício?Veja algumas dicas para se livrar do vício em cigarros eletrônicos:
Estipule uma data. Não pare de uma vez e marque uma data para deixar de usar;Pratique exercícios físicos regularmente, que liberam endorfina, hormônio relacionado ao prazer;Evite ambientes onde outras pessoas fumam;Beba bastante água;Em caso de recaída, não desista e comece novamente;Busque apoio médico e familiar;Tenha noção dos malefícios de fumar;Sintomas de abstinência duram apenas 5 minutos. Eles passam;Mastique balinhas de menta;Faça terapia de grupo.
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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou canetaMartina Paraninfi/Getty Images
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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no BrasilLeonardo De La Cuesta/Getty Images
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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuáriosDirk Kruse / EyeEm/Getty Images
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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)Martina Paraninfi/Getty Images
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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotinaYana Iskayeva/Getty Images
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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígenaShahril Affandi Khairuddin / EyeEm/Getty Images
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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotinasestovic/Getty Images
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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmõesRyanJLane/Getty Images
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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantesseksan Mongkhonkhamsao/Getty Images
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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncerDiego Cervo / EyeEm/Getty Images
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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncerhocus-focus/Getty Images
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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo HEX/Getty Images
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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemploGetty Images
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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilhaDaniel Cabajewski / EyeEm/Getty Images
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