InícioEditorialBrasil tem alta de 67% nos registros de racismo e de 53,6%...

Brasil tem alta de 67% nos registros de racismo e de 53,6% nos casos de homofobia e transfobia em 2022

De acordo com os dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira, 20, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), todos os registros de injúria racial, racismo e homofobia (ou transfobia) cresceram no Brasil em 2022, na comparação com o ano anterior. No caso do crime de racismo, foram registradas 2.458 ocorrências de crimes, o que representa uma taxa de 1,7 caso a cada 100 mil habitantes. Em valores absolutos, o número é 67% maior do que os 1.464 de 2021. Também foram registrados 10.990 casos de injúria racial em 2022, número 32,3% maior do que o do ano anterior. Segundo o relatório, as ocorrências de homofobia ou transfobia apresentaram um aumento de 53,6% no período, passando de 316, em 2021, para 488, em 2022. O anuário aponta que estes números podem ser ainda maiores, já que os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul não disponibilizaram os dados referentes aos crimes de racismo e outros oito estados (Amapá, Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins) não informaram os casos relativos à homofobia.

O FBSP também aponta que alguns Estados não registraram nenhum caso em 2022, o que pode indicar subnotificação. Segundo o relatório, o número de pessoas LGBTQIA+ vítimas de lesão corporal cresceu 13% entre 2021 e 2022. Foram 2.324 registros de lesões corporais no ano passado, contra 2.050 ocorrências em 2021. Acre, Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo não disponibilizaram este dado. O anuário também aponta que o número de registros de homicídios contra a população LGBTQIA+ teria caído de 176 para 163, entre 2021 e 2022. No entanto, o estudo alerta que a subnotificação neste caso é bem alta.

“Como de costume, o Estado demonstra-se não incapaz, porque possui capacidade administrativa e recursos humanos para tanto, mas desinteressado em endereçar e solucionar”, criticou o pesquisador do FBSP, Dennis Pacheco, encarregado da análise deste segmento de dados. O levantamento destacou outros relatórios anuais feitos pela sociedade civil como indícios da subnotificação estatal das mortes de pessoas LGBTQIA+. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) contabilizou 131 vítimas trans e travestis de homicídio e o Grupo Gay da Bahia (GGB) contabilizou 256 vítimas LGBTQIA+ de homicídio no Brasil. “Estes dados que não nos informam sobre as condições da discriminação e do ódio enfrentados por populações subalternizadas no país nos levam a refletir sobre a precarização do atendimento às vítimas, das investigações das ocorrências, e da ausência de horizontes de transformações via políticas públicas”, afirmou Pacheco.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Últimas notícias

Dinheiro no bolso: pagamento do 13º coincidirá com dia da black friday

Neste ano, um fato raro acontece: o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro...

Prima da Antibaixaria? Vereador apresenta projeto de lei para vetar contratação de artistas com músicas explícitas

Um projeto de lei proposto pelo vereador Alexandre Aleluia (PL) pode dar fim a...

Naiara Azevedo diz ter sido excluída de especial de música sertaneja

A cantora Naiara Azevedo afirmou que foi excluída do especial Amigas, que reuniu nomes...

Abel Ferreira exalta triunfo do Palmeiras: ‘Foi a vitória do suor, da atitude’

O Palmeiras venceu o Bahia, de virada, por 2 a 1, na noite da...

Mais para você