O ex-ministro de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Anderson Torres vai encarar mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) nesta quinta-feira (10/8). O presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos, Chico Vigilante (PT), afirmou que a presença do depoente está confirmada.
Ele já havia prestado esclarecimentos na Comissão Mista do Congresso Nacional na última terça-feira (8/8), mas novas suspeitas, contradições e a ausência da “5ª série” são trunfos dos deputados distritais para conseguir mais informações na oitiva.
Na CPMI, deputados federais e senadores apelidaram parlamentares bolsonaristas de “turma da 5ª série”, por causa das constantes interferências nos depoimentos, com tumultos, gritarias, risadas e até em gestos com a mão para a câmera. Na avaliação de distritais, o ambiente mais controlado da Câmara Legislativa pode ser favorável aos trabalhos.
Além disso, foi depois da oitiva de Torres na CPMI que o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo de Bolsonaro, Silvinei Vasques, acabou preso. Detido nessa última quarta-feira (9/8) pela Polícia Federal, ele é investigado por possível o uso da máquina pública para interferir na eleição de 2022.
ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres depõe na 11ª reunião da CPMI do 8 de Janeiro 7
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Anderson Torres em CPMI Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Silvinei passou a ser alvo de críticas de diferentes órgãos e setores políticos após operações da PRF durante o segundo turno das eleições. As ações, realizadas em diversas estradas, contaram com maior atuação no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve mais votos no primeiro turno.
Torres chegou a se reunir com o ex-diretor da PRF horas após a blitze polêmica do segundo turno, mas defendeu que foi para Salvador para acompanhar a execução de obras da Superintendência da Polícia Federal na Bahia.
“Tem novidade de terça-feira para hoje, não só da prisão do Silvinei, mas os dados, informações, documentos que saíram, da própria Polícia Federal, da União. Desmentem inclusive a versão dele. Lá, na CPMI, ele chegou a dizer que as tabelas eram técnicas, com base na questão do tráfico de drogas, crime organizado e tal, mas não tem nada disso na tabela, que é simplesmente pesquisa eleitoral. Então, têm elementos novos, importantes para a CPI daqui também abordar”, avaliou Gabriel Magno (PT), membro da Comissão da Câmara Legislativa.
Temas relacionados à Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também devem ser mais enfatizados. Segundo Torres, a corporação falhou ao não cumprir o Protocolo de Ações Integradas (PAI) elaborado diante dos protestos previstos para a data. Uma das consequências foi a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O ex-secretário confirmou que assinou o PAI antes de viajar aos Estados Unidos, na sexta-feira (6/1), dois dias antes dos atos antidemocráticos. A estratégia proposta no documento, porém, não foi cumprida pela PMDF, segundo Torres. Ainda assim, ele se recusou a apontar os responsáveis pela falha na execução do plano de segurança.
Veja trecho do depoimento: